segunda-feira, 10 de maio de 2010

Crítica: Kick-Ass: Quebrando Tudo (Kick-Ass, 2010)

Por:Dimitri Yuri

O crítico Charles Koplinski escreveu, "Kick-Ass” é apenas metade certo.", Mas deixe-me colocar desta forma, "Kick-Ass" é metade brilhante e criativo, mas é metade perturbador e falta ritmo. Quando saí do cinema fiquei surpreso sobre o quão bom foi este filme, mas depois eu comecei a pensar quantas imagens pertubadoras e imoralidades ele nos mostra (que, não tinha problema enquanto o filme não se levava tão a sério, mas depois veio a segunda parte , e ele passou a ser um “verdadeiro filme de super-herói”). Mas quando você vê tantas mensagenzinhas ignorantes em tais filmes aclamados como "Avatar", nesta indústria atual do cinema, que parece cheio de pessoas com idéias estúpidas e com mensagens diluídas, foi um alívio que, no final do filme eles não disseram "Salve o verde!" ou qualquer uma dessas besteiras infantis.

O filme conta a história de Dave Lizewski (Johnson), um estudante despercebido pelas garotas e fã de quadrinhos como seus amigos, e que vive sozinho com seu pai. Em uma cena muita engraçada, ele conta que sua mãe morreu de um ataque cardiaco, e não heroicamente como os pais de Bruce Wayne (Batman) ou o tio Ben (de "Homem-Aranha") e portanto ele não tem nenhum motivo de vingança. Sua vida não é muito difícil, e bem pacata. No entanto, um dia ele toma a repentina decisão de se tornar um super-herói, embora ele não tem competência ou formação para realizar tal função (na verdade ele não sabe nem lutar).


Logo nas primeiras sequências você pode ver que este filme é diferente dos outros, provavelmente por causa de seu estilo (algo que pode ser muito bom as vezes), e da técnica narrativa (Usa algumas montagens paralelas e etc). A direção é na maior parte excelente. As cenas de ação e tiro são muito bem filmadas, exceto pela seqüência em que Hit-Girl usa a visão noturna no armazém (mais parecia que estávamos assistindo alguém jogar "Doom"). A violência neste filme é bem colocada na maior parte, mas em outras vezes, muito perturbadoras (E eu não sou facilmente perturbado, mas ver uma garotinha apanhando quase até a morte é dificil de assistir). Outra coisa que se destacou no filme foi que ele parece ser caricatural, sem tentar ser isso, neste aspecto, ele funciona melhor do que "Sin City", mas não tão bem quanto "Homem-Aranha".

O roteiro está longe de ser maravilhoso (tem alguns furos, e momentos sem graça e com um drama desnecessário)... Talvez seja bom, mas não é algo que melhore o filme, ao contrário, ele pode arruinar-lo dependendo do ponto de vista que você o olha. Mas há uma coisa que realmente eu aprecio sobre o script, é que logo no início, podemos ver o quão perigoso é Frank(Strong), uma coisa que nós não vemos em outros filmes como "Onze Homens e Um Segredo", onde Andy Garcia (O cara malvado) passa o filme inteiro sem matar ou machucar uma única pessoa. Seguindo a mesma qualidade, é a atuação, que é excelente às vezes (Chloe Moretz, Mark Strong), às vezes boa (Nicholas Cage, Aaron Johnson), e, ocasionalmente, ruim (Christopher Mintz-Plasse).

Uma coisa que eu gostaria de ressaltar são as referências que Matthew Vaughn faz à outros filme e diretores. Primeiro de tudo, esse filme não existiria sem Quentin Tarantino, ele é claramente inspirado em "Pulp Fiction" e "Kill Bill" desde os ângulos de câmera que passeam livremente pela cena até alusões diretas, como quando Frank(Strong) vê Kick-Ass atravessando a rua (Como Butch vê Marsellus Wallace em "Pulp Fiction"), ou quando Red Mist se aproxima para pegar a Katana (Igual a quando Butch também pega a espada no já citado "Pulp Fiction", tem até o mesmo ângulo de câmera). Tem até uma cena à la "Taxi Driver" ("You talkin` to me?")

Veredicto: Alguns podem achar ofensivo, e eu até os compreendo, mas não há dúvida de que este filme é divertido, bem dirigido e bem atuado, e vale a pena assistir. É claro que tem coisas ruins, mas as boas são tão boas, que prevalecem

Nota:4/5

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