terça-feira, 11 de maio de 2010

Crítica: A Ilha do Medo (Shutter Island, 2010)

Por:Dimitri Yuri

Embora eu ache que Martin Scorsese é um dos, senão o melhor diretor de todos os tempos, eu não estava seguro sobre esse filme, pois pelas críticas, parecia que Scorsese tinha finalmente falhado, bom, ele provou-me mais uma vez que é versátil, fazendo um outro grande filme, e eu só não digo obra-prima, porque ainda é muito cedo pra dizer, mas que é um filme que vai ficar pra sempre na minha mente, isso é um fato.

1954. Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) investiga o desaparecimento de um paciente no Shutter Island Ashecliffe Hospital, em Boston. No local ele descobre que os médicos realizam experiências radicais com os pacientes, envolvendo métodos ilegais e anti-éticos. Teddy tenta buscar mais informações, mas enfrenta a resistência dos médicos em lhe fornecer os arquivos que possam permitir que o caso seja aberto. Quando um furacão deixa a ilha sem comunicação, diversos prisioneiros conseguem escapar e tornam a situação ainda mais perigosa.


Durante todo o filme eu achei que o roteiro estava indo para um beco sem saída, e que o final não seria satisfatório, mas o filme não deixou de me impressionar com seu brilhantismo técnico, que inclui uma mixagem e edição de som impecáveis, e uma direção de arte excelente (note, quando a chuva cai em um papel escrito e da tinta desaparece, e os maravilhosos cenários. Ou nos flashbacks que eles aumentam a abertura da câmera, o que contrasta com aquela escuridão do resto do filme), pois essa imagens maravilhosas não são comuns em filme policiais, nesse eles misturam isso perfeitamente. A edição pela parceira de Scorsese, Thelma Schoomaker, é excelente (algo que não é novidade vindo dela).

Scorsese (como já havia feito antes) mostra como ele sabe sobre cinema, criando uma atmosfera admirável (e, como ja disse antes, com um visual maravilhoso), inspirado em outros grandes filmes, por isso Pablo Villaça disse que esse é o “O Iluminado” de Scorsese, exatamente porque ele teve sucesso em um gênero que ele nunca tinha experimentado, assim como Kubrick fez em seu clássico. O filme, além de ter um suspense incrível, é um grande filme, o mistério agarrou-me na tela até o final , e que final!

Um excelente estudo dos personagens também (especialidade do Scorsese). Analisa a paranóia e duvidas éticas e morais de seu personagens. Ele conseguiu um clima de claustrofobia em um filme passado em uma ilha (um lugar relativamente grande). E a tensão criadas nas cenas da guerra (ele vendo os cadáveres), só somam mais para atmosfera de maravilhoso universo condebido por esse mestre que é Martin Scorsese.

Outro elemento que realmente impressiona neste filme é o seu elenco, apesar de DiCaprio nunca ter me impressionado muito, ele é fascinante neste aqui, sabe quando usar as suas emoções, e como ser contido na maior parte do tempo. O elenco de apoio, que inclui, Mark Ruffalo (carismático como sempre), Ben Kingsley (maravilhoso), Max Von Sydow (assustador), e Jackey Earle Haley (que merece destaque), é brilhante. Ted Levine tem uma maravilhosa aparição, quando ele conversa com o nosso protagonista sobre a natureza da violência, em uma das melhores cenas do filme.

Veredicto: Scorsese comprova sua versatilidade, com este incrível thriller psicológico, e me escute, mesmo se um dia alguem falar mal desse filme pra você, é porque essa pessoa não entendeu nada dele, ou porque não admira o que é bom. Com um visual deslumbrante, e um clima conspiratório admiravel, esse diretor nos entrega mais uma obra prima.

Nota:4.5/5

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