sábado, 15 de maio de 2010

Crítica: 2001: Uma Odisseia no Espaço (2001: A Space Odissey. 1968)

Por:Dimitri Yuri

Na minha crítica de "Avatar", eu escrevi que efeitos especiais somente, não fazem um bom filme. Então eu posso soar controverso, quando eu disser que o roteiro desse filme pode não ter um propósito à princípio (Mas se você se aprofundar você acha coisas bem interessantes), e algumas pessoas até hoje não veem um grande significado, mas o filme não se preocupa com isso. É muito bem trabalhado exatamente pelo fato de não se preocupar em explicar tudo, e enquanto “Avatar” se concentra muito em mandar mensagens idiotas, esse aqui deita e rola, indiferente e muito confiante. Esse é o mais perto que um filme de ficção científica chegará de ser Arte...

O filme começa na era do primatas, onde os macacos são confrontados por um estranho monólito preto, que aparentemente é de origem extraterrestre, e com o contato com os macacos, “ensina-os” que os ossos podem ser usados como armas. Aí nós pulamos milhões de anos e vemos um nave espacial numa expedição para a lua, numa missão para estudar esse misterioso monólito negro, que reapareceu, que descobrem que ele está recebendo um sinal magnético perto de Júpiter. Depois saltamos para outra expedição, desta vez para investigar a origem desse sinal magnético (Que eles especulam ser alienígena), mas HAL,o computador que controla a espaçonave parece ter um falhado, colocando em risco a vida de dois astronautas, que tentam “driblar” o computador para continuar vivos.


Ninguém pode criar uma fotografia e atmosfera como Kubrick fazia, ele mostra uma nave pousando por 15 minutos e você ainda assim acha magnífico, é mais bonito e realista do que muitos que efeitos especiais que vemos em alguns filmes de hoje em dia (É maravilhoso). A música é perfeita, clássica, memorável. Tudo que acontece na tela é muito artístico, e apesar dele ter um pouco daqueles delírios de roteiro (Como o final por exemplo), precisam de muita reflexão para ser entendido, e por isso, muitos não vão aguentar ver tudo. O roteiro, mesmo não tendo muitas falas, não deixa de ter seus momentos memoráveis, comandados pela atmosfera de Kubrick, como todo o capítulo do conflito entre HAL e os astronautas, que traz cenas que você vê até desenhos animados imitando hoje em dia. Mas o espetáculo visual sempre prevalece. E mesmo o roteiro parecendo completamente maluco às vezes, no final, aquelas diferentes história, fazem sentido, mesmo que necessitem de muito raciocínio (Bem recompensador quando você consegue).

No ramo de Moda, o estilista faz um vestido que não é necessariamente usável, mas ele coloca tendências, que inspiraram outros as fazer outra roupas e assim por diante. Eu acho que foi isso que Kubrick quis fazer, quis mostrar que ele sabia tanto de cinema que fez um filme que exibia tendências para inspirar outros, e ele acertou, pois você não consegue encontrar um filme de ficção científica hoje que não tem nada de "2001: Uma Odisseia no Espaço". E mesmo com o seu ritmo lento, você nunca quer parar de assistir, apesar de em alguns momentos ele exagerar (Como quando ficam cores vindo na tela por quinze minutos). Aí toda vez que eu lembro dele, e vou separando cena por cena, eu consigo ver quanto o filme é magnífico, ele chama você pra meditar de um jeito que nenhum filme jamais conseguiu (NENHUM!). Te faz pensar de onde você veio, e o que ele está tentando propor. Te leva para um outro nível, você esquece os mocinhos e ou vilões, e aborda coisas muito mais sérias e filosóficas (A própria filosofia do filme não é muito sofisticada, mas o que ele motiva você a pensar, sim, é o mais interessante).

Veredicto: Como qualquer filme de Kubrick, a atmosfera é hipnotizante. Cada cena deste filme é memorável e clássica, necessário para todo cinéfilo. Uma verdadeira obra de arte!

Nota:5/5

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