quarta-feira, 23 de junho de 2010

Crítica: Escola de Rock (School of Rock, 2003)

Por:Dimitri Yuri

Um projeto mais "Jack Black" do que esse só o "Tenacious D" mesmo. Esse filme é um exemplo de como os filmes da "Sessão da Tarde" podem impactar você. Com uma maravilhosa trilha sonora, uma história hilária e uma performance por Jack Black, que é como sempre histérica e divertida. É com muito orgulho que eu digo que esse é o melhor "Sessão da Tarde" que eu já vi até hoje.

O filme conta a história de Dewey Finn (Jack Black), que tem aproximadamente uns 30 anos de idade e não faz nada da vida a não ser tentar arranjar uma nova banda para tocar (pois ele foi mandado embora de sua antiga banda por ser muito estranho e chato) e louvar o Rock n' Roll. Ele mora com o seu amigo Ned Schneebly (Mike White), um antigo músico que, após conhecer sua controladora namorada Patty Di Marco (Sarah Silverman), dá um jeito na sua vida e vira um professor. Dewey não paga o aluguel a meses e seu amigo está pensando seriamente em mandá-lo embora do apartamento.

A coisa toda muda quando Dewey recebe um telefonema (que estava destinado à seu amigo Ned), em que oferecem uma proposta de emprego como professor substituto em uma rica escola. Dewey tem a brilhante idéia de aceitar o trabalho, se passando por Ned Schneebly, é claro. Chegando no colégio ele encontra uma turma de engomadinhos que estão acostumados com a frieza de sua diretora (Joan Cusack). Mas enquanto Dewey está passeando pelos corredores do colégio no seu intervalo, ele vê a sua turma na aula de música clássica e percebe que os jovens têm um grande potencial para sua nova banda. Ele resolve pegar todos os tempos de sua aula para ensinar àquelas crianças os poderes do Rock N` Roll, dizendo que é uma competição interescolar de "Batalha das Bandas".


Para começar, eu preciso dizer que esse filme não terá o mesmo impacto se você não gostar de duas coisas: Heavy Metal e Jack Black, pois esse é um projeto destinado aos amantes desse estilo musical (mas mesmo se você gostar de Funk, admirará a história em geral). O enredo é muito divertido, a preparação da banda te prende na tela e você acaba se unindo à causa daquelas crianças. Em geral o filme é muito engraçado, com algumas boas tiradas (apesar de serem mais voltadas para crianças, também contém várias alusões que deixarão os adultos satisfeitos). O roteiro é bem claro e simples, o que dá mais tempo de planejar os pequenos detalhes, diminuindo o número de furos.

A direção por Richard Linklater (responsável por "Jovens, Loucos e Rebeldes" e o recente "Me and Orson Welles") é bem inteligente no sentido de deixar Jack Black solto para fazer as suas coisas. Afinal de contas, Jack deve saber muito mais sobre Rock do que Richard. A trilha sonora é uma das melhores da história (se junta a "Forrest Gump" e "A Primeira Noite de um Homem"). Tem Queen, Led Zeppelin, The Doors e muito, mas muito AC/DC. As versões cantadas pela banda são realmente boas, o que explica o sucesso deles (diferente das chatas faixas de "Alvin e os Esquilos"). A montagem também é bem divertida e no geral o filme se parece um pouco com "Um Tira no Jardim de Infância".

As atuações são todas boas com destaque ao histérico Jack Black (não tem como ele não se destacar, pois ele rouba a cena toda vez que aparece, ou seja, no filme todo) e a rígida diretora Joan Cusack (a cowgirl Jessie de "Toy Story"). As surpresas ficam por conta da Joey Gaydos Jr. como Zack e Miranda Cosgrove interpretando a esperta Summer Hathaway. Sarah Silverman e Mike White fazem boas participações especiais e acrescentam um bom humor para o filme.

Veredicto: Extremamente divertido, com uma trilha sonora espetacular e boas atuações por seu elenco. "Escola de Rock" é uma grande experiência que agradará a todas as idades (um detalhe, é mais fácil esperar passar na tv do que alugar, pois passa quase todo mês).

Nota:4/5

Crítica: Karatê Kid (The Karate Kid, 2010)

Por:Dimitri Yuri

Esse é um filme realmente desnecessário, não tem razão alguma de existir além de arrecadar dinheiro (e está tendo muito sucesso nesse aspecto). Mas pelo menos eles fizeram um remake "legalzinho", que pode até se dizer digno do primeiro (apesar de não chegar nem aos pés do original). E mesmo com seu primeiro ato sendo extremamente chato, ele compensa com o seu bom final.

O filme apresenta uma história bem parecida com o primeiro: um garoto está sendo agredido por valentões do colégio, alunos de um professor de artes marciais que está confundindo os princípios básicos da arte da luta, até que o jovem agredido conhece um sábio lutador que o treina usando técnicas estranhas (encerar o carro por exemplo) e o diz que o único jeito de enfrentá-los seria em um torneio onde jovens se espancam quase até a morte. O treinamento é intenso, chega o grande dia do torneio e vem um super clímax do terceiro ato, em que ele usa um super golpe para derrotar o adversário malvado (o golpe dessa nova versão é melhor do que o do original).

Dessa vez o garoto sofrendo Bullying é Dre (Jaden Smith, filho de Will Smith, que é produtor do filme), que se muda de Detroid para a China pois sua mãe foi transferida do trabalho. O sábio lutador é Mr. Han (Jackie Chan), um zelador misterioso. A grande mudança é que a arte marcial agora é o Kung-Fu (o que não explica o título) e os agressores mirins são chineses que batem no forasteiro porque ele está se aproximando da ninfeta que o líder do grupo dos valentões gosta.

O roteiro do inexperiente Christopher Murphey (que só tinha sido responsável pelo fraco "No Limite do Silêncio") imita bastante o do original em seu enredo, mas os diálogos são piorados, repletos de clichés e estereótipos. Sem falar que o romance entre Dre e Ali é muito chato (você nunca vai acreditar em um romance entre duas crianças de dez anos), e foi realmente o que arruinou o primeiro ato do filme. Aliás, o ritmo cai muito em alguns momentos e aumenta rapidamente em outros. Por isso o roteiro falha mais por sua inconsistência.

A direção de Harald Zwart (do terrível "A Pantera Cor de Rosa 2") é satisfatória, ele filma bem as cenas de luta e investe em alívios cômicos que funcionam de vez em quando. A maior vantagem da direção e da fotografia é que eles fazem bom uso das locações maravilhosas que têm na China (realmente impressionante). A trilha sonora não é muito boa, em um filme que se passa num país de uma cultura tão vasta, eles investem em músicas americanas, na maior parte Hip-Hop e etc. Até funciona de vez em quando, mas é um grande desperdício.

Jaden Smith certamente não tem o mesmo carisma de seu pai, mas não é ruim, só não passa toda aquela motivação necessária em alguns momentos. Jackie Chan exagera no sotaque na maior parte do tempo, mas quando tem que ser mais sério e fazer cenas dramáticas, ele trabalha tão bem quanto a maioria dos atores sérios de Hollywood. O grande problema das atuações são os atores chineses, principalmente Wenwen Han fazendo o interesse romântico de Dre, ela parece um bebê soltando suas falas, demora para terminar as palavras e o sotaque é muito forçado.

Veredicto: Não chega nem perto do que o original foi, mas não é um filme totalmente ruim. Tem algumas boas atuações, mas também algumas terríveis. As locações e cenas de luta são bem aproveitadas fazendo um bom filme.

Nota:2.5/5

Crítica: Lua Nova (The Twilight Saga: New Moon, 2009)

Por:Dimitri Yuri

Uma febre mundial, um filme que reúne fãs frenéticos que acampam 3 semanas na entrada do cinema para poder ser o primeiro a vê-lo .O primeiro filme foi apenas fraco. Mas essa continuação se tornou um projeto fechado, pois as únicas pessoas que vão gostar desse aqui, são os verdadeiros fãs do primeiro filme. O ritmo lento e excesso de duração são muito eficazes pra quem gosta do primeiro (o que exclui uma grande parte do público).

Bella (Stewart), Edward (Pattinson) e Jacob estão de volta nesse filme. A história é a seguinte: No dia do aniversário de Bella, ela vai para casa dos Cullen, e em um momento acaba se cortando. Isso causa uma vontade incontrolavel entre um membro da familia que parte para ataca-la. Mas nada acontece pois Edward à protege. Isso causa uma preocupação tremenda para família Cullen, e Edward resolve terminar tudo com Bella e se mudar (mas o motivo não é muito bom, pois essa preocupação já existia no primeiro filme). Na verdade ele conta pra ela que o pai dele deveria parecer 10 anos mais velho, e as pessoa estão começando a notar (mas a Madonna tem 50 anos e ningúem percebe!).

Então Bella fica deprimida por varios meses (o que não muda sua aparência, pois mesmo quando ela está apaixonada, ela parece um zumbi doente), e descobre que ela consegue ver Edward quando ela está em perigo (?). Logo, ela sempre coloca a sua vida em risco para apenas vê-lo (cada tentativa de suicidio dela é mais romântica que a última). E é aí que Jacob (com anabolizantes até no cérebro) entra em cena, pois Bella não lembra tanto de Edward quando está com ele (misteriosamente, Jake tem muito mais quimica com Bella do que o vampiro, o que até explica aquele mini-romance entre eles, mas enfraquece o já fraco argumento de que os dois estão realmente apaixonados). A coisa fica mais estranha quando Bella descobre que Jacob é um lobisomen...


A história é também baseada em um livro de Stephenie Meyer (que eu não entendo porque faz tanto sucesso). O roteiro é repleto de falhas. Nada acontece por um motivo bom o suficiente (e em um filme com duas horas de duração e que é muito lento, pelo menos os dilemas vividos pelos personagens tem que ser bons). E pra uma pessoa que já viveu 109 anos, ele deveria ter muito menos duvidas sobre alguns assuntos (ele fica confuso como um adolescente nervoso). O casal principal continua sem mostrar química nenhuma e algumas cenas estão ali só para os fãs gritarem. Eles não só continuam com esses "novos vampiros" que se sairem no sol brilham (se ele tivesse todas aquelas coisas, como, não poder ver a cruz, ou alho e etc, talvez acrescentaria mais complexidade para história), mas eles acrescentam outro poder: Edward pode adquirir o estado gasoso e se comunicar a longa distância (pra que eles usam celular então?).

A direção, apesar de apresentar alguns bonitos visuais, exagera nos efeitos especiais (que são muitos ruins). Os antigos filmes de lobisômen mostravam como as tranformações são dolorosas e etc, mas nesse aqui é igual mágica (Puf! eu sou um lobisômen!). Ah, aqui eles se parecem mais com lobos, pois eles andam com quatro patas e parecem um cachorro com esteroides. Chris Weitz também não sabe filmar boas cenas de luta, deixando elas chatas e com o uso excessivo de câmera lenta. De vez quando (bem raramente) ele tentam colocar um alívio cômico e nunca acertam (nunca!). O final do filme, que deveria ser o mais movimentado, foi misteriosamente entediante (tirando o último dialogo entre Bella, Edward e Jacob, que provavelmente é a melhor coisa do filme).

As fracas atuações continuam, dessa vez um pouco pioradas. Kristen Stewart nunca muda o seu personagem, qualquer filme que ela faz é a mesma coisa, aquela cara de tristeza profunda e lotada de tics (quando eu estava vendo "Férias Frustadas de Verão" alguem passou na sala e perguntou se ela estava grávida ou doente), entrega suas fala com dificuldade, como uma criança falaria. Edward tenta ser profundo toda hora, mas fica forçado demais e irreal. Lautner é o melhorzinho dos três, mas também quando tem as suas crises de raiva, parece que é brincadeira, pois ele não convence. Um desperdíçio de atores como Michael Sheen (que só escolhe filmes ruins para fazer) e Billy Burke.

Um detalhe: em uma cena Bella fala que Jacob não sente frio pois o corpo de está sempre quente. Mas quanto maior a temperatura do corpo, mais frio você sente (por isso que quando alguém está com febre, ela fica com frio). Não que isso torne o filme pior, mas é uma boa observação.

Veredicto: Os fãs da série vão gostar do filme, mas se você achou o primeiro um pouco menos que bom, você se decepcionará mais ainda com esse aqui. Roteiro, direção e atuações fracas e repleto de falhas.

Nota:1.5/5

terça-feira, 22 de junho de 2010

Crítica: O Profissional (The Professional, 1994)

Por:Dimitri Yuri

Luc Besson, o mesmo que nos escreve porcarias como "Taxi" e "Carga Esplosiva 3", já teve a sua boa época, e dessa época, o melhor filme que nós tiramos é "O Profissional". Sua direção é aguçada e estilosa, dando um aspecto único ao filme. E mesmo o seu roteiro tendo algumas falhas, ele também nos surpreende muito como escritor aqui, nos apresentando uma história muito interessante e comovente.

O filme conta a história de Léon (Jean Reno), um meticuloso assassino de aluguel que não cria vinculos com ninguém (a praticidade que o protagonista tanto preza é ressaltada pelo fato dele escolher não um gato ou cachorro para criar, mas sim um planta). Os seus vizinhos são uma família bem desequilibrada. O pai está envolvido com drogas, a mãe se veste igual a uma prostituta, a filha mais velha é uma adolescente infeliz, o único que se "salva" ali é o menino mais novo, o caçula da familia, que está sempre na dele e não briga com ninguém. Mas o único membro da família que realmente importa é a não antes mencionada Mathilda (Natalie Portman), a filha caçula, e bem "madura" para idade dela (na primeira cena nós vemos o contraste de suas meias coloridas e o cigarro que ela fuma).

O pai da família acaba se complicando com o seu negócio de drogas, pois ele é acusado por Stanfield (Gary Oldman) de ter roubado um pouco da droga (pois antes ela estava 100% pura, e agora só 90%). O último é um sujeito muito peculiar. Meio autista, ouvindo sua música, mas também quando ele fala, é sempre histérico (algo totalmente aceitável para um homem que só vive em drogas pesadas). Após o pai de Mathilda dizer que ele não está envolvido nisso, Stansfield o dá um dia para descobrir o que aconteceu e quem o roubou. Esse dia passa, e ele volta com os seus capangas, entra na casa da família de Mathilda e mata todos eles, com a excessão dela, que saiu para comprar comida.

Isso leva a garota a bater na porta de Léon pedindo abrigo, pois se eles descobrirem que ela também é da família, provavelmente a matarão. Léon sente pena da garota e a convida para entrar. Depois de um dia na casa dele, Mathilda descobre que Léon é um assassino e pede para ele ensina-la a matar pois quer vingar a morte de sua família (em um momento ela diz que não liga para a morte do pai, da madrasta ou da irmã, só não se conforma com a morte do irmão, que é o único que ela realmente gosta). A princípio Leon hesita, mas ele acaba cedendo ao charme a garota e promete ensina-la a ler, desde de que ela o ensine a escrever. Uma grande amizade vai crescendo entre os dois conforme a história se desenrola...


O roteiro de Besson define bem os seus personagens com ajudar da fotografia de Thierry Arbogast. A composição de algumas cenas nos leva à um entendimento mais profundo sobre sobre o caráter das pessoas na história (por exemplo quando ele humanizam Leon ao o colocar em um cinema vendo um musical, feliz como uma criança em uma loja de brinquedos). A uma diferença narrativa entre as duas metades do filme, no início ele investe em diversos alívios cômicos (que funcionam) entre as ações, mas a partir da segunda metade, essas sequencia se tornam muito mais séria, pois agora Léon tem um vinculo com Mathilda (ou "criou raizes" como eles dizem no filme), logo, tem algo à perder. A única falha do roteiro é que as vezes em que Mathilda diz que ama Léon ou quando o pede um beijo são inapropriadas e até um pouco nojentas. A coisa piora quando eles dormem na mesma cama (algo que foi inteligentemente cortado da versão final).

A direção é também de Luc Besson. E eu posso dizer que ele acerta na maioria dos momentos, mas alguns cortes são forçados e tiram você da história. Uma vantagem é que ele sempre apresenta os seus personagens bem, já os definindo. Como já citado, Mathilda tem um cigarro na mão mostrando que ela é bem largada para uma criança (reparem o jeito que ela olha para Léon como se estivesse paquerando ele). Stansfield é apresentado de costas, revelando um sujeito misterioso e imprevisível, mas quando se vira, e histeria toma conta e ele sempre rouba a cena. Como eu já mencionei, eles apresentam Léon de modo que nós entendemos a rotina meticulosa dele, que consiste em fazer abdominais, limpar as armas e etc.

As atuações são muito boas. Natalie Portman é bem divertida, mas ela é um criança, e erra algumas vezes (principalmente por sempre tentar ser sensual, mas nunca tira nada de nós, pois nós ainda vemos uma criança). Mesmo assim ela nos impressiona em alguns momentos (como quando ela vê o pai morto no chão, se controla, e só depois desabafa chorando, ainda assim tomando cuidado para não ser percebida). Reno é como sempre, muito carismático, mas as vezes ele exagera nos trejeitos parecendo meio debilitado de vez em quando (e nos faz pensar: "Como esse cara é tão bom no que ele faz?"). Oldman comprova que é um excelente ator, sendo o personagem mais memorável do filme, e como eu já disse, rouba a cena toda vez que aparece.

Veredicto: Um filme de ação bem filmado e com uma história muito interessante. Possúi algumas falhas, mas os momentos bons consegue escondê-las.

Nota:4.5/5

Crítica: Ajuste Final (Miller`s Crossing, 1990)

Por: Dimitri Yuri

É a vez dos irmãos Coen fazerem o seu filme de gângster. Provando mais uma vez a sua versatilidade entre um projeto e outro, eles fizeram um filme que do ponto de vista técnico é quase perfeito, e além de ser um dos melhores - ou o melhor - filme dos irmãos, é certamente um dos melhores exemplares do gênero até hoje.

O filme começa com uma referência clara à primeira cena de "O Poderoso Chefão". Johnny Caspar (Jon Polito), um mafioso, está pedindo um favor à Leo (Finney), o atual "chefão" da cidade. O pedido consiste em ele matar um homem chamado Bernie (John Torturro), que tem enganado Johnny dizendo que uma suposta luta está "vendida", e na verdade não está coisa nenhuma. Mas a verdade é que Bernie é um tremendo vigarista, e quase todo mundo o quer morto (até o próprio Bernie sabe que não presta).

Leo se recusa a fazer o trabalho pois Bernie é o irmão de sua namorada, que mesmo concordando que ele não vale nada, ainda tem um certo carinho pelo irmão (mas é claro que Leo não diz o motivo da recusa para Johnny). Tom Reagan (Gabrile Byrne) é o braço direito de Leo, e não aprova a decisão de poupar a vida de Bernie, pois Johnny Caspar já tem poder suficiente para bater de frente com Leo e isso causaria uma quase guerra na cidade. O único problema é que Tom também tem um segredo, ele é amante de Verna, namorada de Leo e irmã de Bernie.


Os irmão sabem o que realmente funciona em um filme, e mesmo que você pegue referências de obras anteriores, se essas referências forem realmente boas, elas só irão acrescentar no seu filme. Então eles juntaram todo esse conhecimento de cinema que eles tem, para se adaptar ao quase novo gênero (pois convenhamos,"Gosto de Sangue" é quase um filme de gângster), assim como Kubrick fez em "O Iluminado" e Scorsese fez em "A Ilha do Medo". Eles também já apresentam um talento muito grande para recriar um periodo histórico (podemos notar isso em "E aí, Meu Irmão, Cadê Você?" e em "Onde os Fracos Não Tem Vez"), desde o figurino até a fotografia maravilhosa por Barry Sonnenfeld (que já tinha trabalhado com os irmãos em seus dois primeiros filmes, e foi o diretor dos dois "Homens de Preto"), que você pode notar desde a primeira cena que possúi imagens maravilhosas (a do chapéu voando por exemplo).

O talento dos irmãos também se encontra no roteiro. Muito bem planejado e com uma complexidade de personagens dignas de um "O Poderoso Chefão". Apresenta cenas incrívelmente tensas (realçadas pela direção é claro), e até alguns bons alívios cômicos. Aquele clima conspiratório (você nunca sabe em quem confiar, ou o que uma pessoa fará ) é muito bem empregado, e destaca a imprevisibilidade dos excêntricos mafiosos daquele periodo (me lembrou até os personagens de Joe Pesci em "Os Bons Companheiros" e "Cassino"). Os dialogos ajudam a definir os personagens, e cada um deles fala de forma diferente do outro dependendo da região em que foi criado, até do nível de educação (algo que eu sempre admiro em um filme).

É dificil achar um elenco tão bem formado quanto esse, não só pelo talento de seus atores, mas pela meticulosa escolha de quem interpreta quem (muito comum em qualquer trabalho dos irmãos). Gabriel Byrne faz um sujeito estremamente frio e durão (o que justifica sua posição de braço direito de um grande mafioso), mas é também um dos personagens mais inteligentes do filme. Albert Finney é um veterano e tem uma exata noção do que faz, sabe quando ser calmo, e quando se irritar, e emprega um ar contido (que é muito bem colocado, considerando que ele lida com situações assim à anos). Contrastando com ele está Jon Polito, que pelo fato de ter adquirido um grande poder a relativamente pouco tempo, não segura as suas indignações, sempre histérico e hilário. Muitos falam que esse é o melhor papel de John Turturro. Embora realmente sendo uma boa atuação, ele exagera algumas vezes. Mas no geral ele está muito bem.

Detalhe, há uma cena em que um grupo de policiais metralham um armazém, e tem um sujeito que de certa forma lidera o resto, não poupando munição... Esse sujeito é Sam Raimi, o diretor das trilogias "Homem-Aranha" e "Uma Noite Alucinante".

Veredicto: Um filme tão brilhante, que em uma lista, ele ficaria junto de grandes nomes do gênero, como "Os Bons Companheiros" e "O Poderoso Chefão". E isso não é bom o suficiente?

Nota:5/5

domingo, 20 de junho de 2010

Crítica: Esquadrão Classe A (The A-Team, 2010)

Por:Dimitri Yuri

Quando esse remake da famosa série foi anunciado, eu já comecei a ficar com dúvidas, mesmo com um bom elenco, eu achei que seria um simples filme de ação. A coisa piorou quando o trailer saiu, a história foi bem escondida, e a ações exageradas dominavam a tela (a cena do tanque). Bom, eu estava enganado por um motivo. Tudo isso ficaria ruim se estivessem em um filme sério de ação, mas "Esquadrão Classe A" não se leva à sério. Ele tenta entregar o puro entretenimento e sucede fazendo isso.

Baseado na série homônima dos anos 80. O filme conta o início dessa bizarra equipe do exército. Onde os únicos que já se conheciam eram Hannibal (Neeson) e Faceman (Cooper). B.A. (Jackson) e Murdock (Copley) se unem à equipe para fazer um trabalho. Mas quando a única pessoa que sabia desse serviço (que consistia em um grande roubo) é morto em um atendado, eles são culpados por tudo e vão para prisão. Após uns meses na cadeia, Hannibal bola um plano para fugir e colocar sua equipe de volta à ativa, com o objetivo de descobrir o que deu errado e quem armou isso tudo. Ele vai libertando seus antigos parceiro um por um. Sempre com os seus planos absurdos para realizar suas tarefas.


"Esquadrão Classe A" tem uma pegada bem diferente dos outros filme do gênero. Ele investe mais na comédia do que na seriedade de seu roteiro. Mas ele trabalha tão bem esses elementos que eu saí da sala de cinema rindo muito mais do que a maioria dos filme atuais de comédia. Os acontecimentos bizarros e ações exageradas encaixam muito bem nele (algo que foi muito arriscado). A trama é bem estúpida, mas depois de um tempo você para de se importar com ela.

As atuações se encaixaram muito bem nos personagens (a escolha do elenco foi muito inteligente). Liam Neeson esbanja competência, mas ao mesmo tempo é muito engraçado. Quinton 'Rampage' Jackson me surpreendeu, pois ele não era ator (e sim um lutador), mas ele está satisfatório no filme, fazendo juz à Mr. T (o ator da série original). Bradley Cooper já tinha mostrado que é um bom ator de comédia com "Se Beber Não Case", faz basicamente a mesma coisa que sempre faz, e faz bem. Quem se sobressái é Sharlto Copley, fazendo 'Murdock', um divertido lunático, que nos dá os momentos mais engraçados do filme.

A direção de John Carnahan (que também fez "Narc") não é muito competente, os efeitos especiais são bem irreais, e não trata os objetos com o seu peso real (os containers quicam como uma bola de futebol). A cenas de ação são bem mal filmadas, você raramente sabe onde está todo mundo, pois os cortes são ruins e muito confusos. Ele as vezes entorta a câmera para dar aquele efeito de caos, mas no final dá até dor de cabeça.

Veredicto: Com um humor acima da média, e grandes atuações. Mas também com uma direção frouxa de Joe Carnahan, esse filme é só bom.

Nota:3/5

Crítica: Estão Todos Bem (Everybody`s Fine, 2009)

Por: Dimitri Yuri

Robert De Niro, que é um do melhores atores que já viveram, lidera esse bom drama familiar. Apresentando uma fórmula conhecida (parece bastante com "Flores Partidas"), mas mesmo assim explorando bem problemas que nos fazem reconhecer os personagens. Com uma boa direção de Kirk Jones, e excelentes performances por todo o seu elenco.

Baseado no filme de Giusepe Tornatore, "Stanno tutti bene". Ele nos conta a história de Frank Goode, um recente viúvo, que sempre teve menos intimidade com os seus quatro filhos filhos do que sua mulher. Era tradição da familia que os quatro, Robert (Rockwell), Amy (Beckinsale), Rosie (Barrymore) e David (Lysy), viessem visitar os pais no natal. Mas um ano após a morte de sua mulher, todos os seus filhos cancelam o compromisso. E Frank começa a perceber que eles estão escondendo algo dele.

Já que eles não vão até o pai , Frank decide ir até os seus filhos (que estão morando em quatro estados diferentes) e descobrir o que está errado. Mesmo contra a vontade de seu médico (que disse que ele não tem condições de viajar), ele parte em uma longa viagem cruzando o país, e nesse caminho começa a descobrir mais sobre os seus filhos e sobre ele mesmo.


É sem duvida um filme que depende muito de suas atuações. Robert De Niro, como sempre muito bem, faz um personagem enigmático, e bem plausível ao mesmo tempo (se iguala a performance de Bill Murray no já mencionado, "Flores Partidas". Rockwell, cujo talento já foi mostrado em "Lunar", impressiona muito nesse aqui, as cenas em que ele contracena com De Niro provavelmente são as melhores do filme. Barrymore é amavel como sempre, e foi muito bem escolhida para o papel, pois de todos os filhos, ela é a que mais desmostra carinho com o pai. Beckinsale acerta em construir um personagem frio, que casa com um homem só por estabilidade, e isso é refletido em seu filho, que até hesita em dar um abraço no avô.

O roteiro foi muito preciso em alguns aspectos, principalmente com o personagem bem realista de De Niro, que ao mesmo tempo que ama muito seus filhos, tem dificuldades em passar esses sentimentos (sem falar que ele era muito exigente com eles). O resultado é que seus filhos também o amam mas não tem intimidade nenhuma com ele, estão sempre com medo de contar notícias ruins com medo de desponta-lo. Por isso Frank é um homem muito sozinho, que em alguns momentos puxa assunto com as pessoas no trem, para poder falar que trabalha com fios de eletricidade e como o trabalho dele faz as pessoa continuarem em contato (o que contrasta com a dificuldade dele mesmo em se comunicar), mesmo que seja só pra melhorar a sua solidão. As únicas falhas na história, são que alguns dos filhos são estereótipos um pouco clichés (mas isso é bem disfarçado pela complexidade de suas atuações), e que muitas cenas são exageradamente dramáticas, e só algumas delas são realmente efetivas.

Kirk Jones (que já tinha feito um bom trabalho com o mediano "Nanny Mcphee") também não desponta, com a ajuda da fotografia de Henry Braham, que se sobressaem especialmente na composição das cenas, como a casa de Frank, que é meticulosamente arrumada, com a grama verde perfeitamente cortada. O que contrasta com a casa de Amy, que reflete a própria frieza do personagem, em uma composição bem elaborada, com cores frias e um clima vazio. Em alguma ilusões, Kirk também te sucesso por conseguir nos emocionar e se importar com os seus personagens, mesmo que eles não sejam exemplos de seres humanos.

Veredicto: Excelentes performances e uma boa fotografia fazem um bom filme. Algumas falhas no roteiro e o excesso de cenas dramáticas, proíbem o filme de ser Excepcional.

Nota:3.5/5

Crítica: O Fantástico Sr. Raposo (The Fantastic Mr. Fox, 2009)

Por:Dimitri Yuri

Wes Anderson é sem dúvida um diretor bastante aclamado na indústria do cinema. Mas misteriosamente este filme foi o seu trabalho que mais me surreendeu. Ele consegue misturar elementos das séries de super herói dos anos 60, com uma abordagem atual, e ao mesmo tempo que agrada as crianças, os pai não ficarão desapontados. Ele entende bem o conceito de "diversão para família toda".

Sr. Raposo (Clooney) era um antigo ladrão de galinhas, mas quando se encontra em uma situação de vida ou morte, e sua mulher, Sra. Raposa (Streep), anuncia que está grávida, ele à promete nunca mais roubar nada ou colocar a vida deles em risco. Então o filme avança alguns anos, onde nós vemos que Raposo conseguiu um trabalho num jornal, que seu filho cresceu e virou um adolescente que está sempre tentando impressionar sua família (apesar de nunca conseguir). E o principal, Raposo está tão decepcionado com a sua vida que está bolando um grande roubo que irá lhe dar comida de primeira para o resto da vida.

O plano consiste em três etapas, e cada etapa consiste em um grande furto. O problema é que as vítimas dos grandes roubos são os fazendeiros mais malvados que existem . Uma hora Badger (Murray) diz que o fazendeiro Bean (vítima do último furto) é tecnicamente o homem mais malígno da face da terra. Pra variar, a coisa acaba em confusão e os fazendeiros voltam para pegar os Raposos, colocando em risco a vida de não só toda a sua família, mas de seus amigos também.


A direção tem bastante sucesso. O stop-motion está melhor do que nunca e os detalhes dos personagens são de te deixar boquiaberto. Mas Wes brilha mesmo com suas montagens paralelas bem objetivas que explicam o dia-a-dia dos três fazedeiros (um dos melhores momentos do filme). Logo em sua estréia nesse formato de animação, ele conseguiu criar boas cenas tensas de ação, e usou a sua imaginação fertil para criar momentos inovadores (como quando os cachorros comem as ameixas e seu olhos ficam com uma espiral). No geral Wes se mostra bastante solto nessa produção, ainda colocando homenagens aos filmes e séries de super-heróis dos anos 60 e imitando seus efeitos baratos (bem apropriadamente).

O roteiro é bem trabalhado na sua maior parte. Mas o primeiro ato inteiro e o começo do segundo são infinitamente melhores que o terceiro (o que é uma falha grande), pois ver os planos bem bolados de roubar as fazendas é muito mais interessante do que uma raposa com uma crise existêncial. Os dialogos são divertidos e os furtos em sí são extremamente interessantes (tão bons quanto qualquer "Onze Homens e um Segredo" da vida...) com mentos clássicos (como um vigia e um plano como distraí-lo e etc). Investindo, sempre que possível, em alivios cômicos, que eventualmente funcionam na maior parte do tempo, claro que são reforçados príncipalmente por causa do seu elenco

O elenco de vozes se encaixa muito bem nos personagens, até Clooney, que raramente me impressiona, faz um bom trabalho nesse aqui. Meryl Streep é sempre sensacional, mesmo quando só em voz. Jason Schwartzman (antigo parceiro de Anderson) está hilário fazendo Ash, o filho de Sr. Raposo. e Bill Murray (obrigatório em qualquer filme de Wes), como sempre, rouba a cena toda a vez que aparece.

Veredicto: Se você é muito fã de Wes Anderson, você gostará muito desse filme (até mais que eu). E mesmo não sendo tão bom quanto "Fuga das Galinhas" por exemplo, é uma tremenda diversão, com um roteiro que entrete você, e atuações excelentes de seu elenco.

Nota:4/5

Crítica: Toy Story 3 (2010)

Por:Dimitri Yuri

A parceria Disney/Pixar tem nos dado grandes filmes atualmente (até os filmes mais fraquinhos ("Carros") estão em um patamar acima), mas a trilogia "Toy Story" é certamente o auge do estúdio. Muitos deles tem alguns errinhos que os impedem de serem excelentes ("Vida de Inseto", "Up" e "Ratatouille"), e apenas um atinge a quase perfeição, é o seu novo filme "Toy Story 3". Que além de acertar em todos os aspectos bons de seus antecessores, apresenta conflitos bem mais sérios do que os dos outros filmes.

A história se passa aproximadamente onze anos depois do segundo filme. Andy está indo para faculdade (algo que tinha sido mencionado nos dois primeiros) e tem que decidir se os seus antigos brinquedos (que agora só ficam em um baú, sem nunca serem brincados) vão para o sotão, para o lixo ou serão doados para uma creche. Uma coisa interessante é que apesar de Andy saber da importância dos bonecos para a sua infância, ele em nenhum momento fala ou brinca com eles (o que seria ridículo vindo de um quase adulto de dezessete anos).

Os brinquedos estavam certos de que iriam para o sotão (e lá eles estariam pelo menos perto de Andy quando ele visitasse sua mãe), mas após uma troca de sacolas e etc, eles acabam parando na creche "Sunny Side". A princípio o lugar é um paraíso para brinquedos (um ambiente colorido cheio de novos bonecos e com crianças para serem brincados). Mas eles descobrem que por trás daquela maravilha, há uma quase ditadura em que o urso Losto (Ned Beatty) é o líder. Então cabe aos antigos parceiros Woody (Hanks), Buzz (Allen), Jessie (Cusack), Sr. Cabeça de Batata (Rickles) e cia. bolarem um plano para conseguir escapar desse malígno lugar.


Consigerando que grande parte do lucro desses filmes vem da venda de bonecos, muitos
(inclusive eu) pensaram que eles iriam reciclar velhas idéias, acrescentar uns dez personagens diferentes para vender mais e mais. Mas nos enganamos, pois o filme se preocupa muito com o roteiro bem trabalhado, e apesar de realmente terem muitos brinquedos novos, todos ele acrescentam alguma coisa para história. No final eu posso dizer que além de ser o melhor trabalho Disney/Pixar, é um dos filmes mais divertidos que vi nos últimos tempos. O fato do roteiro ser também de Michael Arndt (que foi o roteirista de "Pequena Miss Sunshine"), deu uma profundidade moral que não existe em nenhum outro filme do estúdio (que apesar de serem muito bem executados e divertidos, tem idéias e mensagens bem infântis). Nesse aspecto, esse filme pode ser comparado aos grandes clássicos da Disney ("Pinoquio" e etc). Fora que o final é completamente satisfatório (não dá para pensar em um melhor).

Lee Unkrich (que foi o co-diretor de "Toy Story 2", "Monstros S.A." e "Procurando Nemo"), faz um bom trabalho nesse aqui, dirigindo cenas de ação de tirar o fôlego (como por exemplo, todo o terceiro ato do filme), que apesar de não fazer tão bem quanto Brad Bird ("Os Incríveis"), tem o seu mérito. A fotografia do filme é realmente impressionante, bem contrastada e colorida nos momentos alegres, e sombria nos momentos tensos. Enquanto muitos reclamam que não vale a pena o 3D, pois eles não jogam nada em cima de você, eu entendo que essa é uma das maiores vantagens do filme. Eles usam a nova tecnologia (que tende a piorar os filme) apenas para dar a impressão de profundidade do ambientes e etc.

Tom Hanks, Tim Allen, Joan Cusack, Don Rickles, John Ratzenberger estão de volta fazendo o mesmo excelente trabalho que fizeram nos dois primeiros filmes. Mas algumas novidades realmente impressionam, Ned Beatty como Losto está bem assutador e com um ar de superioridade. Michael Keaton faz o hilário Ken, que é um dos melhores alívios cômicos do filme. Mas quem realmente de destaca com apenas umas cinco falas é Timothy Dalton como Mr.Pricklepants, que é um brinquedo shakespeariano, que não somente finge estar parado, ele precisa entrar no personagem para realmente convencer os outros de que é um brinquedo (engraçadíssimo).

Veredicto: Um desfecho excelente, que supera os seus antecessores, e entrega um final digno para um trilogia espetacular. Se, por um acaso, eles anunciarem um "Toy Story 4" ano que vem, eu não ficarei mais desconfiado. A Pixar realmente me convenceu de sua competência.

Nota:5/5

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Crítica: Crash - No Limite (Crash, 2004)

Por:Dimitri Yuri

De vez em quando surgem esses mistériosos sucessos de Hollywood. Tá certo que o filme dá aquela mensagenzinha de paz e amor que os críticos e a academia adoram ouvir, e tá certo que esse foi um ano caótico para o cinema. Mas ganhar o Oscar foi uma coisa que eu não entendi. Com "Todo Mundo Quase Morto", "Kill Bill Vol.2" e "Spider-Man 2" sendo lançados no mesmo ano (Até que eles não são lá essas coisas, mas com certeza melhores que esse lixo que é o filme de Paul Haggis).

O filme conta diferentes histórias sobre pessoas e como elas vivem com o racismo da sociedade. Essas pessoas são os estereótipos mais batidos que existem, tem a perua rica (Bullock) que é mulher do político que só quer saber de ganhar voto (Fraser). Tem o policial racista que não importa o que aconteça ele tem que xingar um negro ou um mexicano. Tem o latino bonzinho que está no filme só pra tentar nos comover e cair nessa conversa besta do roteiro. E mais um monte de gente. Mas o mais importante é que nesse mundo que Haggis concebeu todos (sem exceção) são um pouco racistas.

Vamos começar pelo pior, o roteiro. Primeiro, note o uso excessivo de ofensas raciais que acontecem no filme, as pessoas na vida real não falam assim. Eles entupiram os dialogos de palavras como "Nigger""(Equivalente à "Preto") e "Cracker"("Branquelo" ou coisa do tipo)para parecer que o filme é ousado e não tem medo de discutir sobre o assunto. Ora, se você que falar sobre um assunto tão complicado (Não estou dizendo polêmico), ao menos coloque a sua história com sentimentos reais e, no mínimo, em um mundo plausível.

O filme se propõe a discutir o racismo de forma inteligente, mas pra isso, ele tenta achar uma responta para o preconceito em geral, como se a desconfiança que uma pessoa sente por um negro ou por um branco, é a mesma que ela pode sentir por um judeu por exemplo. Não se pode generalizar uma coisa dessas. Uma pessoa tem preconceito da outra por motivos diferentes, não é a toa que existe preconceito racial, preconceito religioso e etc, é porque eles não são a mesma coisa!

O pior de tudo é que para isso ele coloca personagens artificiais em um mundo falso, sofrendo em situações implausíveis para tentar achar um mínimo de verdade em seu argumento. Mas as pessoas se deixam levar tanto por aquelas histórinhas mediocres que se você não prestar atenção no que está acontecendo, acabará comprando o que eles estão vendendo. Preste atenção nas contradições (Que são muitas)!

Pra citar uma, eu pego o exemplo da cena em que Cameron(Howard) discute com sua mulher Christine (Newton) sobre o que acabou de acontecer (a humilhação que eles sofreram do policial). Nessa sequencia Cameron diz que ela precisava ser presa para saber o que é realmente ser negro. Aí ela retruca, "E você por um acaso sabe o que é ser negro?"(Fala isso pois ele é um rico diretor de televisão). Então agora o problema não é ser negro ou não, é ter dinheiro. Não é mais preconceito racial e sim de classe. Mas pera aí, isso vai totalmente contra a idéia do filme.

Outra coisa que eu não entendo é que alguns críticos dizem que as contradições entre os personagens existem porque eles são humanos, e nós somos confusos. Mas eles esqueceram que uma das regras básicas de roteiro que diz que as ações dos personagens precisam ter razões que às justificam. Precisa de, ao menos, uma pista na história que indique o motivo da reviravolta do sujeito. Um exemplo é a cena em que Cameron se revolta contra o policial (Por quê?).

Na carona disso o filme aproveita e solta mais bombas. Como a idéia de que os americanos são um povinho preconceituoso, algo que deve ter agradado muito os críticos brasileiros (Que odeiam os americanos). Essa historinha cola muito facil no Brasil, mas eu moro aqui nos Estados Unidos e posso dizer, isso é mentira! Eu não fui vitima e nem presenciei qualquer tipo de preconceito! Declarações anti-armas também são feitas, mas para dar algum tom de verdade à essa besteira, ele usam situações forçadas só pra nos tiram alguma emoção e cair nessa história deles. Em um momento o vendedor de armas chama o homem persa de Osama, como se isso não fosse dar cadeia pra ele.

A única coisa que sobra nessa baboseiras é o elenco, que podia ter sido escalado para um filme muito melhor sendo muito mais proveitoso, até porque o roteiro é tão artificial que qualquer tentativa de realidade da atuação vai por água abaixo. Ver Don Cheadle, Sandra Bullock, Terrence Howard, Matt Dillon e cia. fazendo um filme desse, é uma das coisas mais deprimentes que o ano de 2004 nos proporcionou.

Veredicto: Filme metido à inteligente. Tenta fazer dezenas de análises socio-políticas e no final não acerta uma sequer. Não caia nesse conto de fadas contráditório e manipulador.

Nota:1/5

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Crítica: Velocidade Máxima (Speed, 1994)

Por:Dimitri Yuri

Filmes de ação são, provavelmente, os longas que mais fazem sucesso ao redor do mundo. Então se eu digo que "Velocidade Máxima" é talvez o melhor filme de ação já feito ("Duro de Matar" também está no páreo), é um baita elogio, e aumenta muito a importância de assisti-lo. Ele reduz o gênero ao seu essencial, tensão com ações perfeitamente executadas e só. Se concentra tanto em trabalhar bem com poucas coisas, que no final, nenhuma delas sái prejudicada.

Jack Traven(Reeves) é um jovem policial, que após impedir um atentado terrorista (Mesmo sendo só pelo dinheiro) de um inteligente e engenhoso lunático(Hopper) que coloca uma bomba em um elevador, ele se vê vitima do próximo feito do terrorista. Ele está em um ônibus com algumas vítimas, e o motorista não pode diminuir a velocidade para menos de 50Mph ou o ônibus explode. Após o motorista tomar um tiro, Annie (Bullock) se oferece para dirigir o ônibus, ela e Jack tem que pensar o que fazer rápido pois a gasolina está acabando e engarrafamentos são constantes em Los Angeles, e nenhum deles quer entregar o dinheiro que o maníaco pede.

Jan de Bont fez um grande filme em sua carreira e depois fez algumas das maiores desgraças de Hollywood (Incluíndo o pavaroso "Velocidade Máxima 2"). Mas em compensação ele nos deu a obra prima de ação e suspense que é esse filme. Se hoje as pessoas aclamam "Guerra ao Terror" por causa de sua tensão, esqueça o que eles falam, esse aqui é o "real deal". Cada cena te prende mais na cadeira, e quando você acha que não pode piorar, a coisa piora ainda mais. E a inteligência dos dois protagonistas (Reeves e Hopper) te surpreendem a cada minuto. Fora que é muito bem filmado, pois você sabe exatamente o que está acontecendo.

Hoje em dia, as pessoas estão misturando muito os gêneros (Coisa que deveria ser feita com muito cautela), e no final um deles não fica tão bem trabalhado. Outro problema dos roteiros de hoje em dia é que eles acham que historias com muitos plot twists e que te deixam confusos até o final, quando é tudo explicado, são mais efetivas que as simples bem trabalhadas. O atos são muito bem divididos (Elevador, Ônibus, Trêm), e ao final de cada clímax, um descanso (Todos eles muito eficazes). E o que faz esse roteiro tão excepcional é essa postura quase conservadora de contar a história. Alfred Hitchcock (Mestre do suspense) disse que não se pode criar tensão e suspense, se o espectador não souber o que vai acontecer. Isso é a mais pura verdade! Se não você tem um susto que naum impactará por mais de 10 segundos, e habilmente Graham Yost entendeu esse princípio. Roteiro de ação não ficam melhores que esse.



A atuação do filme é boa no geral, com a excessão de Reeves, que apesar de ficar muito bem em algumas cenas, chega a ser artificial as vezes. Bullock faz a sua personagem muito amável e com aquele toque de durona e funciona muito bem (Até porque é o que ela sempre faz). Hopper mostra a sua experiência e talento, roubando a cena toda vez que aparece (É o que mais impressiona). Jeff Bridges, com sua de certa forma, pequena participação, também se sobressái, o que é normal vindo dele...

Veredicto: Imperdível para todos que gosta de filmes de ação, na verdade, imperdível para qualquer um. Um exemplar perfeito de tensão, boas cenas de ação e um roteiro impecável. O resultado é um filme de duas horas de duração que flúi perfeitamente.


Nota:5/5

domingo, 13 de junho de 2010

Crítica: O Diário de uma Paixão (The Notebook, 2004)

Por:Dimitri Yuri

Diário de uma Paixão é um verdadeiro romance, aquele que não perde tempo apostando em piadas fracas de pessoas caindo no chão etc. O filme se concentra no romance e no romance somente, e sucede, pois em nenhum momento nós ficamos entediados (o que é muito difícil em um filme de duas horas de duração, especialmente desse gênero), e nunca duvidamos do amor dos protagonistas. Ele se preocupa com o que importa, algo que a maioria das novas comédias-românticas vem esquecendo, que é contar uma história realmente bonita.

Noah Calhoun (Gosling) é um jovem trabalhador de uma cidade do interior, que conhece a bela Allie Hamilton (McAdams), uma menina rica que está na cidade só passando as férias de verão. Os dois se apaixonam, mas nem o pai (Thorton) nem a mãe da garota (Allen) aprovam o relacionamento, afinal eles querem que ela case com alguém da mesma classe social, o que é de certa forma bem sensato, pois a garota poderia jogar fora as oportunidades da sua vida para viver com um homem rural e configurar o que, às vezes, só seria um "Amor de Verão". Depois de uma briga entre os dois, Allie vai estudar em uma grande cidade, acaba conhecendo um soldado e está prestes a se casar. Porém, quando ela lê sobre Noah no jornal, decide voltar ao interior para revê-lo.

Sob o ponto de vista técnico, o filme quase não falha (com exceção da cena de guerra que eles colocaram no meio do filme com uma montagem paralela horrorosa). A fotografia é muito bem feita. Podemos observar cenas maravilhosas, tais como a primeira, em que Allie olha pela janela, ou a do lago com os patos. No geral, os visuais são belíssimos. Eles conseguiram reconstruir aquele clima da década de quarenta, que mesmo eu não tendo vivido essa época eu posso admirar o trabalho deles. A direção é divertida e até um pouco inovadora com as suas narrações etc.

A história contém todas aquelas antigas convenções dos filmes românticos, mas segue muito bem e, como eu já disse, abre espaço para algumas novidades. O roteiro é bem simples (no bom sentido) e, ao mesmo tempo em que as pessoas criticam dizendo que o final é previsível, eu digo que eles não quiseram te surpreender, mas, muito habilmente, tiraram o espanto da equação e deixaram a emoção fluir. Ou seja, diminuíram o suspense e aumentaram o drama, o que facilita pra você ficar comovido. Contudo, o principal mesmo é como eles fizeram um romance clássico, bem tradicional, aumentando a sensação de estarmos em outro periodo histórico.

McAdams, como sempre, está muito bem fazendo aquilo que ela sabe fazer (a cena em que ela dá uma risada histérica de alívio é muito engraçada). Gosling, apesar de desapontar em alguns momentos, inova o seu personagem, pois nós sabemos que ele é corajoso pra falar com as mulheres, mas isso não significa que ele tenha jeito para isso, o que é cativante, ainda mais quando nós estamos acostumados a galãs que tem um resposta na ponta da língua pra tudo o que a moça fala. Os momentos em que ele espera um tempo, pensando na melhor resposta para a pergunta de Allie são raros em qualquer romance. James Garner e Joan Allen merecem destaque por suas perfomances, mas, no geral, todo o elenco é muito bem escolhido.

Só para finalizar, o que as pessoas tem contra o James Marsden? Porque eu já contei cinco filmes em que ele foi traído pela namorada ("Vestida Para Casar", "Superman: O Retorno", "Diários de uma Paixão", "Encantada", e todos os X-Men), e deve tem mais...

Veredicto: Não é necessário se você não gosta de um bom romance, mas a certamente a melhor escolha de filme pra ver com a namorada(o).

Nota:4/5

terça-feira, 18 de maio de 2010

Crítica: A Lista de Schindler (Schindler`s List, 1993)

Por: Dimitri Yuri

"A Lista de Schindler" é o tipo de filme que, por causa de sua precisão histórica, poderia ser usado como um documentário. Por outro lado, também nos oferece uma história profunda e grandes performances de todo o seu elenco, principalmente a de Liam Neeson (que está entre as melhores de todos os tempos). E ainda tem o talento de Spielberg, colocando tudo acessível com uma tremenda elegância.

O filme conta a história de Oskar Schindler (Neeson), um vaidoso, glorioso e ganancioso empresário alemão que acaba se tornando um humanitário no período nazista da Alemanha, quando ele se sente obrigado a transformar sua fábrica em um refúgio para os judeus. O roteiro é baseado na história verídica de Oskar Schindler, que conseguiu salvar cerca de 1100 judeus de serem gaseados nos campos de concentração de Auschwitz.



Steven Spielberg tem um talento técnico como quase ninguém tem. Seus quadros são tão elegantes e objetivos que você sabe o que está acontecendo e onde está acontecendo (na última batalha de "O Resgate do Soldado Ryan", você pode perceber isso melhor), fazendo-nos sentir dentro do filme. Os massacres e cenas de assassinato são angustiantes porque parece que estão acontecendo com você. Já a idéia de fazer este filme em preto e branco dá um tom de realidade muito peculiar, dando a impressão de que o filme foi filmado durante a Segunda Guerra Mundial.

A trama, além de nos dar uma aula de história, mostra a incrível trajetória de Oskar Schindler - cuja personalidade transforma-se provavelmente na melhor coisa do filme - e é alimentada pelo desempenho extraordinário de Liam Neeson, que é simplesmente um dos melhores. Há também outros grandes personagens, como Stern(Kingsley), fazendo o inteligente e calmo judeu e Fiennes, como "Goeth", o alemão obcecado com o poder (embora tenha achado que seu sadismo foi exagerado em alguns momentos, como quando ele acorda e atira em um judeu com um rifle, apenas para se divertir) faz sua melhor performance até hoje. E a construção dos personagens foi algo muito bem feito, o que torna o final ainda mais poderoso, sendo uma das cenas mais comoventes da história do cinema.

O roteiro é muito bom também, pois estabelece o caráter de seus personagens desde o início e nos mostra claramente suas mudanças conforme a história de desenrola (você vê pelo menos três "Character Studies" excelentes no filme), seja por diálogos bem trabalhados ou por cenas de desgraça e agonia que, afinal, esse filme mostra como nenhum outro. No geral, é bem contido tanto no que diz respeito à direção quanto à atuação, tudo em nome da sensação de autenticidade que o filme tenta passar.

Veredicto: o melhor trabalho de Spielberg depois de "Tubarão" e "O Resgate do Soldade Ryan", com uma história comovente e precisa e um desempenho fascinante por Liam Neeson. Se não for o melhor, este filme é simplesmente um dos melhores filmes de holocausto já feitos.

Nota:4.5/5

Crítica: O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972)

Por:Dimitri Yuri

Pelo fato desse filme ter algumas das melhores performances de história, uma direção impecável, um roteiro inteligente e uma excelente trilha sonora, ele é mais do que bom, mais do que ótimo, é a perfeição em todos os sentidos. Quando vi pela primeira vez este filme, eu tinha 10 anos e eu não aguentei nem a primeira meia-hora, e agora eu adoro ele, então seja paciente. Assista ele prestando atenção em todos os detalhes (ele foi feito pra isso), aí ele se tornará inesquecível.

Vito Corleone (Marlon Brando), é o Don (Chefe) da família Corleone, uma das mais famosas da máfia de Nova York. Seu trabalho é principalmente conversar com seus amigos quando eles precisam de favores, e ver se é confiável realiza-lo (e assim, quando futuramente a família precisar de favores, essas pessoa poderão retribuir). Mas quando o negócio de narcóticos se torna popular entre a famílias de Nova York, Don Corleone se recusa a oferecer ajuda policial e de políticos para a entrada das drogas na cidade. Isso causa revolta entre os outros Dons e Vito sofre um atentado, ficando em estado grave no hospital. Isso faz com que seu filho Michael (Pacino), que não queria envolvimento nos negócios do pai, começe a cuidar de alguns assuntos da família (principalmente porque está com raiva do que fizeram com seu pai).


Todo mundo diz que o filme acerta tudo em cheio, e é verdade. Este filme segue um ritmo narrativo que é impecável, nunca cai, e isso acontece porque todo o filme já tem um ritmo um pouco lento (que Coppola nunca deixa ficar chato. Isso pode ser notado melhor em "O Poderoso Chefão: Parte II", que tem três horas e quarenta de duração e passa muito rápido). Ele tem algumas cenas bem tensas (como a cena em que Michael está mudando o quarto de seu pai no hospital), e mesmo algumas engraçada (quando Michael está na Sicília, conversando com um homem sobre aquela garota que ele conheceu, e o rapaz descobre que ela filha de sujeito). E o filme acerta em todos esses momentos.

O roteiro feito por Mario Puzo (o mesmo que escreveu o livro) é um dos melhores já feitos. Desenvolve a seus personagem tão bem, que quase todo mundo está aprendendo alguma coisa durante a história. E, claro, dá-nos citações memoráveis como o clássico "Eu vou fazer-lhe uma oferta que ele não pode recusar!" ou "Eu sou um homem superticioso!". Fora que todos os dialogos são muito bem feitos e fluem com perfeição. A trilha sonora de Nino Rota é brilhante, e você pode perceber direto na primeira cena (a música tema desse filme é até hoje um clássico de dar arrepios, até o Slash já gravou uma versão dessa obra prima). A cinematografia por Gordon Willis é um exemplo de como elas devem ser feitas, simplesmente perfeita.

As atuações são igualmente impressionantes (só ver que naquele ano, além de Brando, que ganhou o oscar de melhor ator, três atores foram indicados para "Melhor Ator Cuadjuvante"), mesmo Pacino que não costuma me surpreender, como todo mundo diz (não que ele é um ator ruim, ele é bom, mas eu prefiro performances contidas e calmas), me impressionou muito, ele é tão frio e parece tão pensativo, fazendo as suas mudanças realistas e bem elaboradas. Brando dá um dos melhores desempenhos que o mundo já viu, e considerando que ele tinha 48 anos quando este filme foi lançado, ele me convenceu de que era um homem doente, velho (algo que Pacino não fez muito bem em "O Poderoso Chefão: Parte III "). E observe a cena onde Hagen (Duvall) conta a ele sobre Sonny (Caan), e você verá o que quero dizer quando falo que é uma das melhores de todos os tempos.

Veredicto: Um monte de gente, inclusive eu, dizem que é o melhor filme já feito, então eles provavelmente têm uma boa razão para dizer isso. Prioridade para qualquer um que gosta de bons filmes.

Nota:5/5 (Claro!)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Crítica: O Livro de Eli (The Book of Eli, 2010)

Por:Dimitri Yuri

Esse filme tem uma mensagem bíblica envolvida nele, e influencia diretamente o enredo da história. Então se você não gosta desse tipo de coisa, porque você simplesmente não acredita em nada disso, essa não é a melhor escolha de filme, e você vai ficar desapontado (apesar de adimirar suas atuações, cenas de ação e visual em geral). Mas agora se você gosta desse tema, aí sim, terá uma boa experiência.

Eli (Denzel Washington) está caminhando à mais de trinta anos, atravessando os Estados Unidos da América em um mundo pós-apocaliptico, pois uma guerra cataclísmica devastou a humanidade, e só poucos sobreviveram. Ele é guiado por uma força superior, e seu objetivo é levar a última cópia de um livro (a bíblia) à costa oeste, para pregar suas mensagens. Mas Carnegie (Gary Oldman), o "chefe" de uma "cidade" (muito parecida com as do velho oeste), quer o livro, pois como sabe o seu poder, quer usa-lo para o seu próprio benefício.


A cinematografia do filme é extremamente bem feita, e tem algumas grandes cenas, como a primeira luta expetacular (onde vemos apenas as silhuetas de Eli e dos ladrões), ou quando Carnegie abre o livro pela primeira vez, e vemos como funciona o cadeado, dando aquele clima de mistério (o que lembra-me do "O Quarto do Pânico" de David Fincher). Mas algumas cenas são desnecessárias, como a primeira sequencia onde o arco divide a poeira, que não tem motivo, senão estético, e não diz nada para o filme. A direção dos irmãos Hughes é muito estilosan (o que, nesse caso, não acrescenta muita coisa) e às vezes elegante. Percebemos isso vendo que ele não se preocuparam muito em explicar o que realmente aconteceu com o mundo, e nos pouparam de longas cenas (o que importa é que teve uma guerra e o mundo acabou, pronto), e, mesmo que sem querer, deu um mistério à história.

A atuação é excelente, o que é quase uma redundância considerando que os personagens principais são interpretados por Denzel Washington e Gary Oldman. Mas houveram algumas surpresas, como a breve aparição do velho casal Martha (de la Tour) e George (Gambon), que, apesar de parecer que eles estavam lá para nada , foi bom apenas para ter cenas engraçadas, como quando alguém pergunta Martha o que eles iam fazer, e ela responde "I know what the @#$% I am doing!", que é bem inesperado, vindo de uma velhinha de mais de oitenta anos (mas é um recurso comum do roteiro para chocar o espectador, não é novidade).

Embora o filme tenha algumas lindas cenas, como a que Eli lê o livro para Solara (Mila Kunis), ele também usa muitos cliches, como "pense nos outros antes de pensar em si mesmo!" (é claro que está certo, mas parece que os roteiristas não se preocuparam em escrever uma nova boa mensagem, ao invés disso viram uma que deu certo em outros filme, e copiaram). Os diálogos não são sensacionais, mas estão longe de serem ruins, possuem algumas grandes citações da Bíblia (Duuuhhh!), e são nessas cenas que o filme te causa arrepios (e até quem não acredita admirará essas lindas frases).

Veredicto: Fuja se você não gosta de mensagens bíblicas, mas se você gostar, você não vai ficar desapontado.

Nota:3.5/5

Crítica: Onde os Fracos Não Tem Vez (No Country for Old Men, 2007)

Por:Dimitri Yuri

Muitos concordam comigo que os irmãos Coen são um dos melhores diretores ainda trabalhando (É difícil dizer, entre eles, Mel Gibson, Christopher Nolan, Scorsese e mais alguns, quem é o melhor) . E nesse filme eles provam que são mestres em um bom suspense, tornando a experiência tão tensa e inesquecível, que já vira um exemplar de film noir, e esconde um pouco dos erros no roteiro. E ainda com atuações que te deixam de boca aberta, ele é merecedor de 5 estrelas.

Llewelyn Moss(Brolin) tem uma vida difícil e sua situação financeira não é das melhores. Mas a situação parece que melhorará, pois ele acha uma maleta com dois milhões de dólares em uma suposta negociação de drogas que deu errado e todos morreram. O problema é que há mais um sujeito atrás desse dinheiro, seu nome é Anton Chigurh(Bardem), um psicopata que mata pessoas só por entrarem em seu caminho. Enquanto esse jogo de gato e rato acontece, Ed Tom (Lee Jones), um Xerife prestes a se aposentar, investiga a série de assassinatos de Chigurh deixa em seu caminho, indignado com tudo o que vê.


A atuação é indiscutivelmente fantástica. Desde Bardem, que mereceu o Oscar (e é realmente o melhor desempenho no filme), até Gene Jones, que é o dono do posto de gasolina (aquele que está na cena do cara ou coroa, que tanto Chigurh quanto ele, sabe que é mais do que uma simples brincadeira). Ou Woody Harrelson (fantástico), interpretando um investigador carismático, que presta atenção aos mínimos detalhes. E Tommy Lee Jones, como o Xerife Ed Tom, constantemente sofrendo de toda desgraça que está vendo (lembrou-me do personagem de Morgan Freeman em "Se7en").

Eu não conheço ninguém atualmente que consiga criar tensão como os irmãos Coen, desde seu primeiro filme "Gosto de Sangue" eles já conseguiam contruir peculiares Climaxes com sons de passos na madeira, uma iluminação bem fraca, e closes nos protagonistas. Nesse eles melhoram suas técnicas e criam uma bem trabalhada atmosfera, que puxa você pra dentro do filme, fazendo você pensar o quê faria naquela dada situação. O seu senso deles de construir aquela idéia de anos oitenta é muito bem concebida em seu figurino, cenário e vocabulário. E claro, conseguem tirar grandes performances de todo seu elenco.

O filme tem brilhantes diálogos (nem tem como citar um só), e é bem complexo também, o que dá gosto de assistir. Os erros de roteiro que me referi no primeiro parágrafo é que, se por vezes, eles usam Chigurh para mostrar como vergonhoso e decadente nosso mundo se tornou, em outras ocasiões eles discutem a autenticidade do caso, e como ele é um sujeito peculiar. Por isso é um pouco controverso, mas como eu disse, isso não pára este filme de merecer a nota máxima. E enquanto algumas pessoas disseram que o acidente no final do filme foi inútil, eu acho que estava lá para nos mostrar que, mesmo um assassino psicopata inteligente e meticuloso, está sujeito a imprevistos, e é vulnerável a acidentes.

Veredicto: Isso é mais uma prova de que os irmão Coen são diretores muito talentosos, nos dando uma obra-prima de film noir.

Nota:4.5/5

Crítica: O Fabuloso Destino de Amelie Poulain (Le fabuleux destin d'Amélie Poulain, 2001)

Por: Dimitri Yuri

"O Fabuloso De Amelie Poulain" é provavelmente um dos melhores filmes atuais não- Hollywoodianos que eu já vi. É quase tão bom quanto "Cidade de Deus", apesar de "Tropa de Elite ser bem melhor (mas claro que não se compara aos filmes de Bergman ou Kurosawa por exemplo). Sua direção é muito divertida, estilosa, e criativa. Seu roteiro é cativante, e suas atuações igualmente amáveis.

Amelie (Tantou) é uma mulher inocente, que vive no seu próprio mundinho. Mas quando ela acha uma caixa de lembranças do antigo ocupante do seu apartamento, ela parte em uma busca para achar o dono e entrega-lo a caixa. Então ela começa a criar um gosto por ajudar as pessoas, como um hobby, e arma planos para ajudar de algum modo, as pessoas que estão em volta dela. Amelie também começa a gostar de Nino (Mathieu Kassovitz), mas eles nunca se encontram, pois ela sempre está bolando truques para descobrir mais sobre ele, sem conhece-lo pessoalmente.


Logo no início você já percebe que está vendo algo diferente. Eles contam muitas coisas em um pouco espaço de tempo, e fica muito corrido, mas não deixa de ser fabuloso, pois a direção muito inteligente de Jean-Pierre Jeunet não deixa passar nada, e nós absorvemos tudo que o filme tenta nos mostrar (ele usa o Voice-Over com bastante objetividade). A fotografia também é sensacional. Suas escolhas de iluminação dão um toque muito peculiar, e marcam tanto você, que você percebe claramente uma diferença entre esse filme e os outros, mesmo que seja só nas luzes e cores.

O enredo é muito divertido (é o famoso feel good movie). Ver os planos e truques de Amelie, é incrivelmente divertido e engraçado. Você realmente não precisa se preocupar com a mensagem que ele tenta te passar (embora ela seja muito boa), o filme só faz você se sentir feliz. E se em "Beleza Americana" eles nos dizem que há tanta beleza no mundo, em "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain" eles jogar essa beleza em nós, e nos encantam com sua simplicidade (como no início onde vemos que diferentes pessoas gostam de fazer, tipo jogar pedras no lago e etc).

A atuações também são todas fantasticas, todos os personagens são muito carismáticos e nenhum deles é uni-dimensional. Audrey Tautou merece destaque, ela é muito feliz, mas quando ela tem que ser emocional (como quando ela vê que o gato está fazendo o ruído, e pensa que é Nino) ela acerta em cheio, nos deixa emocionados. Sem falar que ela tem um carisma tremendo. Mathieu Kassovitz tambem faz bonito, apresentando uma boa química com Tantou.

Veredicto: Este elegante, bem atuado, elegantemente dirigido filme estrangeiro não deve, por qualquer motivo, ser desperdiçado.

Nota:4/5

domingo, 16 de maio de 2010

Crítica: A Primeira Noite de um Homem (The Graduate, 1967)

Por: Dimitri Yuri

É difícil encontrar comédias românticas tão boas quanto essa aqui hoje em dia, talvez porque eles já exploraram muito esse formato, de modo que não tenha como inovar. Mas se você gosta desse gênero, esse é um filme necessário (porque é um dos melhores que ele tem à oferecer). Com um incrível desempenho de Dustin Hoffman, excelente trilha sonora e um enredo divertido e honesto, este filme tem algo a mais.

Ben (Hoffman) acabou de se formar na faculdade, e espera um grande futuro. Mas em sua festa de boas vindas ele conhece a senhora Robinson(Bancroft), mulher do colega de trabalho de seu pai, que o faz leva-la para casa e lá tenta seduzi-lo. Nada acontece naquela noite, mas depois Ben marca um encontro e eles viram amantes. O problema maior vem quando Ben começa a se apaixonar por Elaine (Ross), filha da senhora Robinson.

Alguns elementos do filme pode parecer clichês, mas nós só pensamos desta forma, porque o vemos em quase todas as comédias românticas. O negócio é que todos esses novos filmes foram inspirados por este aqui, o que faz dele um clássico, e não deve ser desperdiçado por qualquer cinéfilo. No geral o roteiro é muito bem trabalhado. Inova bastante (como o efeito video-clipe que foi inaugurado com esse filme), e nunca deixa você cansado. Sem falar que o romance é muito bonito.

A performance de Hoffman é impressionante, a sua passagem de um imaturo, digamos adolescente, para um adulto de verdade, é muito bem escrita, mas não seria tão boa sem sua atuação. O elenco de apoio, apesar de não brilhar como Dustin, é muito bem colocado. As cenas em que as pessoas reagem de forma exagerada são, provavelmente, as cenas mais engraçadas do filme (como quando Ben da a grande notícia para sua mãe), é muito inesperado e divertido.

A direção é por conta de Mike Nichol (que fez o recente "Jogos de Poder" e o clássico "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?"), responsável por grandes filmes. Então nós não decepcionamos com a direção, que impulsiona as piadas nas horas certas, e nos comove quando necessário. Sem falar que tira performances magníficas de todo o seu elenco, principalmente de Hoffman, como eu já falei.

Outro elemento pelo qual esse filme será lembrado, é a sua trilha sonora. Que é toda composta por Simon and Garfunkel, logo, é uma das melhores de história de Hollywood. As vezes elas combinam tanto com as cenas em que estão, que você fecha o olha e só pela música você já sabe o que ela está tentando passar.

Veredicto: Mesmo se você não é fã de comédia romântica, você tem que ver este. É um clássico, muito divertido e com excelente performance por Dustin Hoffman

Nota:4/5

Crítica: Os Cavaleiros do Apocalipse (Horsemen, 2009)

Por:Dimitri Yuri

Eu tenho que confessar que na primeira meia-hora de filme eu comecei a pensar que o ele poderia ser bonzinho, mas aí as atuações começaram a desandar, o roteiro começou a ter umas viradas muito implausíveis, e no final, o filme não foi nem um pouco impactante (o que é crucial num filme de Serial-Killer). Mas pior que isso, o filme não é só ruim, ele é doloroso de assistir, tem cara e cheiro de filme "B".

Aidan Breslin é um detetive perturbado pela morte de sua esposa, e por ter que cuidar dos seus filhos sozinho. Para esquecer de seus problemas, entra em um caso de assassinatos em série, que ele começa a perceber que estão relacionados com os quatro cavaleiros do apocalipse, da Bíblia. Mas quando ele vê relações entre os assassinos e sua vida pessoal, ele tem que descobri o que está acontecendo rapidamente. E não esperem por um grande final... pois não terão.

Suas primeiras cenas eram promissoras, e mantiveram-me na tela por 20 minutos sem reclamar, mas quando a trama começa a mudar, eu comecei a pensar que não valia a pena assistir, e uma hora depois, percebi que ele era um dos piores filmes do ano. Mas quando Ziyi Zhang começou a ser a vilã da história, o filme começou a feder, e a última gota de esperança caiu no chão. O desempenho dela é provavelmente a pior performance que eu já vi, seus esforços para soar sexy são em vão, ela fica nojentinha, parece que está lendo o texto escrito na parede, que deu até vontade de parar de ver, mas aí eu pensei, "Olha! esse filme dá uma boa crítica!" e continuei assistindo. Quaid nunca me impressionou muito, e esta não é uma exceção. Ele comete o erro inaceitável de não parece real muitas vezes, e o mínimo que eu quero de um ator por sua performance é que ela pareça e soe natural.

Não tem muito o que falar da direção, ela não deixa você com muitas espectativas sobre o final do filme (mas provavelmente por causa do péssimo roteiro). Mas o principal é que logo no início você já percebe que é um filme "B", então já por aí você não espera nada do resto, mas ao invés de te impressionar (o que é facil, considerando que suas espectativas estão tão baixas), ele te decepciona. Uma vergonha.

O roteiro deve ser o elemento mais comprometido do filme, pois seus diálogos são de dar risadas, extremamente artificiais, e "sem sal" nenhum. As viradas da histórias na maior parte, são vistas à quilômetros de distância, mas se as vezes surpreêndem, é exatamente pelo fato de serem tão idiotas, que você você nunca imagina que eles botariam um negócio desse num filme. Me espanta saber que os caras ganham rios de dinheiro para fazem esse lixo.

Veredicto: Este não é o filme que vale a pena assistir porque é muito ruim, pois dói e insulta a sua inteligência, e por não vê-lo, você vai ter a vantagem de não ter o desempenho de Ziyi Zhang na sua mente. Portanto se você quiser ver um filme de Serial-Killer, veja "O Silêncio dos Inocentes" ou "Se7en", mesmo que seja pela segunda vez.

Nota:1/5

Crítica: Ratatouille (2007)

Por:Dimitri Yuri

Este aqui não é diferente de nenhum outro filme da Pixar (com a exceção da trilogia "Toy Story" que está um patamar acima). Ele é muito bem dirigido, escrito com muita criatividade, e tem aquele toque de brilhantismo. Fica melhor ainda com excelentes vozes que se encaixam perfeitamente no personagens.

Remi (Oswalt) é um ratinho do interior de Paris (embora não saiba em que cidade está), que ama cozinhar, seu ídolo Gusteau (Garret), escreveu um livro que Remi lê e aprende tudo. Por uma série de razões, ele acaba parando no centro da metrópole, e perto do restaurante Gusteau (que ele descobre já ter morrido. Enquanto observa o funcionamento do restaurante, percebe que o lixeiro novato, Linguini (Lou Romano) está estragando uma sopa adicionando ingredientes que não combinam com a receita. Então Remi, escondido, conserta a sopa, que vira um sucesso entre os clientes. Remi e Linguini fazem uma parceria de sucesso, mas Skinner (Holm), o atual chefe do restaurante, vai fazer de tudo para impedi-los, pois está com inveja de seu sucesso.

O elenco de vozes, como todos esperávamos, é maravilhoso, especialmente Peter O'Toole como Anton Ego (o melhor personagem do filme), que dá ao seu personagem uma autenticidade que difere de todos os outros já criados pela Pixar, a voz dele é penetrante e hiponotizadora, dá aquele toque sombrio necessário para o o temido crítico. Patton Oswalt é muito divertido, fazendo seu personagem confuso sobre o que diz e o que faz (perfeitamente aceitável para um ratinho que nunca foi para a cidade). Ian Holm, que é um excelente ator, também brilha aqui, roubando a cena sempre que aparece.

Como é comum nos novos filmes animados, as cenas de ação impressionam por seu nível de detalhe e ângulos de câmera excelentes. Nesse filme não é diferente, as cenas parecem que foram filmadas por uma grande diretor (o quê Brad Bird provavelmente é), alternam também com momentos humorados (como quando Skinner puxa o pano da mesa do casal no barco). E colocar um ser tão pequeno (Remi) numa cena corrida junto com humanos que são dez vezes maiores, exigem muita cautela por parte da direção.

A história também á muito bem trabalhada, te motiva, emociona e diverte. Possúi momentos emocionantes com diálogos dignos de um grande filme, como o discurso final de Ego (que me ajudou a descobrir o verdadeiro trabalho de um crítico). Mas tem algumas falhas. A pior delas, é que, em nenhum momento, eles explicam porque quando Remi puxa o cabelo de Linguini ele se move (se você tentar fazer isso, não acontece nada), e mesmo que as pessoas falem que não tem problema pois é um mundo mágico, simplesmente parece que eles estão forçando a barra (igual à "UP", quando os cachorros começam a pilotar mini-aviões), você acabado saindo um pouco do filme, e demora um pouco para ele te puxar de novo.

Veredicto: É Pixar!

Nota:4/5