segunda-feira, 17 de maio de 2010

Crítica: O Livro de Eli (The Book of Eli, 2010)

Por:Dimitri Yuri

Esse filme tem uma mensagem bíblica envolvida nele, e influencia diretamente o enredo da história. Então se você não gosta desse tipo de coisa, porque você simplesmente não acredita em nada disso, essa não é a melhor escolha de filme, e você vai ficar desapontado (apesar de adimirar suas atuações, cenas de ação e visual em geral). Mas agora se você gosta desse tema, aí sim, terá uma boa experiência.

Eli (Denzel Washington) está caminhando à mais de trinta anos, atravessando os Estados Unidos da América em um mundo pós-apocaliptico, pois uma guerra cataclísmica devastou a humanidade, e só poucos sobreviveram. Ele é guiado por uma força superior, e seu objetivo é levar a última cópia de um livro (a bíblia) à costa oeste, para pregar suas mensagens. Mas Carnegie (Gary Oldman), o "chefe" de uma "cidade" (muito parecida com as do velho oeste), quer o livro, pois como sabe o seu poder, quer usa-lo para o seu próprio benefício.


A cinematografia do filme é extremamente bem feita, e tem algumas grandes cenas, como a primeira luta expetacular (onde vemos apenas as silhuetas de Eli e dos ladrões), ou quando Carnegie abre o livro pela primeira vez, e vemos como funciona o cadeado, dando aquele clima de mistério (o que lembra-me do "O Quarto do Pânico" de David Fincher). Mas algumas cenas são desnecessárias, como a primeira sequencia onde o arco divide a poeira, que não tem motivo, senão estético, e não diz nada para o filme. A direção dos irmãos Hughes é muito estilosan (o que, nesse caso, não acrescenta muita coisa) e às vezes elegante. Percebemos isso vendo que ele não se preocuparam muito em explicar o que realmente aconteceu com o mundo, e nos pouparam de longas cenas (o que importa é que teve uma guerra e o mundo acabou, pronto), e, mesmo que sem querer, deu um mistério à história.

A atuação é excelente, o que é quase uma redundância considerando que os personagens principais são interpretados por Denzel Washington e Gary Oldman. Mas houveram algumas surpresas, como a breve aparição do velho casal Martha (de la Tour) e George (Gambon), que, apesar de parecer que eles estavam lá para nada , foi bom apenas para ter cenas engraçadas, como quando alguém pergunta Martha o que eles iam fazer, e ela responde "I know what the @#$% I am doing!", que é bem inesperado, vindo de uma velhinha de mais de oitenta anos (mas é um recurso comum do roteiro para chocar o espectador, não é novidade).

Embora o filme tenha algumas lindas cenas, como a que Eli lê o livro para Solara (Mila Kunis), ele também usa muitos cliches, como "pense nos outros antes de pensar em si mesmo!" (é claro que está certo, mas parece que os roteiristas não se preocuparam em escrever uma nova boa mensagem, ao invés disso viram uma que deu certo em outros filme, e copiaram). Os diálogos não são sensacionais, mas estão longe de serem ruins, possuem algumas grandes citações da Bíblia (Duuuhhh!), e são nessas cenas que o filme te causa arrepios (e até quem não acredita admirará essas lindas frases).

Veredicto: Fuja se você não gosta de mensagens bíblicas, mas se você gostar, você não vai ficar desapontado.

Nota:3.5/5

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