segunda-feira, 17 de maio de 2010

Crítica: Onde os Fracos Não Tem Vez (No Country for Old Men, 2007)

Por:Dimitri Yuri

Muitos concordam comigo que os irmãos Coen são um dos melhores diretores ainda trabalhando (É difícil dizer, entre eles, Mel Gibson, Christopher Nolan, Scorsese e mais alguns, quem é o melhor) . E nesse filme eles provam que são mestres em um bom suspense, tornando a experiência tão tensa e inesquecível, que já vira um exemplar de film noir, e esconde um pouco dos erros no roteiro. E ainda com atuações que te deixam de boca aberta, ele é merecedor de 5 estrelas.

Llewelyn Moss(Brolin) tem uma vida difícil e sua situação financeira não é das melhores. Mas a situação parece que melhorará, pois ele acha uma maleta com dois milhões de dólares em uma suposta negociação de drogas que deu errado e todos morreram. O problema é que há mais um sujeito atrás desse dinheiro, seu nome é Anton Chigurh(Bardem), um psicopata que mata pessoas só por entrarem em seu caminho. Enquanto esse jogo de gato e rato acontece, Ed Tom (Lee Jones), um Xerife prestes a se aposentar, investiga a série de assassinatos de Chigurh deixa em seu caminho, indignado com tudo o que vê.


A atuação é indiscutivelmente fantástica. Desde Bardem, que mereceu o Oscar (e é realmente o melhor desempenho no filme), até Gene Jones, que é o dono do posto de gasolina (aquele que está na cena do cara ou coroa, que tanto Chigurh quanto ele, sabe que é mais do que uma simples brincadeira). Ou Woody Harrelson (fantástico), interpretando um investigador carismático, que presta atenção aos mínimos detalhes. E Tommy Lee Jones, como o Xerife Ed Tom, constantemente sofrendo de toda desgraça que está vendo (lembrou-me do personagem de Morgan Freeman em "Se7en").

Eu não conheço ninguém atualmente que consiga criar tensão como os irmãos Coen, desde seu primeiro filme "Gosto de Sangue" eles já conseguiam contruir peculiares Climaxes com sons de passos na madeira, uma iluminação bem fraca, e closes nos protagonistas. Nesse eles melhoram suas técnicas e criam uma bem trabalhada atmosfera, que puxa você pra dentro do filme, fazendo você pensar o quê faria naquela dada situação. O seu senso deles de construir aquela idéia de anos oitenta é muito bem concebida em seu figurino, cenário e vocabulário. E claro, conseguem tirar grandes performances de todo seu elenco.

O filme tem brilhantes diálogos (nem tem como citar um só), e é bem complexo também, o que dá gosto de assistir. Os erros de roteiro que me referi no primeiro parágrafo é que, se por vezes, eles usam Chigurh para mostrar como vergonhoso e decadente nosso mundo se tornou, em outras ocasiões eles discutem a autenticidade do caso, e como ele é um sujeito peculiar. Por isso é um pouco controverso, mas como eu disse, isso não pára este filme de merecer a nota máxima. E enquanto algumas pessoas disseram que o acidente no final do filme foi inútil, eu acho que estava lá para nos mostrar que, mesmo um assassino psicopata inteligente e meticuloso, está sujeito a imprevistos, e é vulnerável a acidentes.

Veredicto: Isso é mais uma prova de que os irmão Coen são diretores muito talentosos, nos dando uma obra-prima de film noir.

Nota:4.5/5

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