quarta-feira, 23 de junho de 2010

Crítica: Karatê Kid (The Karate Kid, 2010)

Por:Dimitri Yuri

Esse é um filme realmente desnecessário, não tem razão alguma de existir além de arrecadar dinheiro (e está tendo muito sucesso nesse aspecto). Mas pelo menos eles fizeram um remake "legalzinho", que pode até se dizer digno do primeiro (apesar de não chegar nem aos pés do original). E mesmo com seu primeiro ato sendo extremamente chato, ele compensa com o seu bom final.

O filme apresenta uma história bem parecida com o primeiro: um garoto está sendo agredido por valentões do colégio, alunos de um professor de artes marciais que está confundindo os princípios básicos da arte da luta, até que o jovem agredido conhece um sábio lutador que o treina usando técnicas estranhas (encerar o carro por exemplo) e o diz que o único jeito de enfrentá-los seria em um torneio onde jovens se espancam quase até a morte. O treinamento é intenso, chega o grande dia do torneio e vem um super clímax do terceiro ato, em que ele usa um super golpe para derrotar o adversário malvado (o golpe dessa nova versão é melhor do que o do original).

Dessa vez o garoto sofrendo Bullying é Dre (Jaden Smith, filho de Will Smith, que é produtor do filme), que se muda de Detroid para a China pois sua mãe foi transferida do trabalho. O sábio lutador é Mr. Han (Jackie Chan), um zelador misterioso. A grande mudança é que a arte marcial agora é o Kung-Fu (o que não explica o título) e os agressores mirins são chineses que batem no forasteiro porque ele está se aproximando da ninfeta que o líder do grupo dos valentões gosta.

O roteiro do inexperiente Christopher Murphey (que só tinha sido responsável pelo fraco "No Limite do Silêncio") imita bastante o do original em seu enredo, mas os diálogos são piorados, repletos de clichés e estereótipos. Sem falar que o romance entre Dre e Ali é muito chato (você nunca vai acreditar em um romance entre duas crianças de dez anos), e foi realmente o que arruinou o primeiro ato do filme. Aliás, o ritmo cai muito em alguns momentos e aumenta rapidamente em outros. Por isso o roteiro falha mais por sua inconsistência.

A direção de Harald Zwart (do terrível "A Pantera Cor de Rosa 2") é satisfatória, ele filma bem as cenas de luta e investe em alívios cômicos que funcionam de vez em quando. A maior vantagem da direção e da fotografia é que eles fazem bom uso das locações maravilhosas que têm na China (realmente impressionante). A trilha sonora não é muito boa, em um filme que se passa num país de uma cultura tão vasta, eles investem em músicas americanas, na maior parte Hip-Hop e etc. Até funciona de vez em quando, mas é um grande desperdício.

Jaden Smith certamente não tem o mesmo carisma de seu pai, mas não é ruim, só não passa toda aquela motivação necessária em alguns momentos. Jackie Chan exagera no sotaque na maior parte do tempo, mas quando tem que ser mais sério e fazer cenas dramáticas, ele trabalha tão bem quanto a maioria dos atores sérios de Hollywood. O grande problema das atuações são os atores chineses, principalmente Wenwen Han fazendo o interesse romântico de Dre, ela parece um bebê soltando suas falas, demora para terminar as palavras e o sotaque é muito forçado.

Veredicto: Não chega nem perto do que o original foi, mas não é um filme totalmente ruim. Tem algumas boas atuações, mas também algumas terríveis. As locações e cenas de luta são bem aproveitadas fazendo um bom filme.

Nota:2.5/5

Um comentário:

  1. Dimi, Adoro ler seus comentários, eu adorei ver esse filme pq matei as saudades da minha infancia, mas vc está totalmente certo wquando fala do romance desnecessário rs . Eu adorei a fotografia do filme, foi a melhor coisa.
    Parabéns, sou sua fa rs.
    Beijos da sua fotografa

    ResponderExcluir