quinta-feira, 24 de junho de 2010

Crítica: Busca Implacável (Taken, 2008)

Por: Dimitri Yuri

Eu não entendo algumas más críticas sobre esse trabalho, pois fui vê-lo procurando um bom filme de investigação, com cenas de ação bem feitas e uma excelente performance por Liam Neeson (o que já é de se esperar) e, quando terminou, eu estava com todas essas vontades realizadas. Eles dizem que falta coração para o filme, mas a história de um homem que tem a sua filha sequestrada, parte em uma busca para encontrá-la e nesse tempo tem que ficar se convencendo de que ele um dia a encontrará de novo, é suficientemente complexa para mim (e raras hoje em dia).

O filme começa com Bryan (Neeson) vendo vídeos antigos de sua filha Kim (Maggie Grace) brincando e etc (há uma cena parecida no novo filme "O Fim da Escuridão"). Bryan é um ex-agente secreto (dá a entender que era da CIA), que se aposentou para poder ficar com a sua filha, mesmo já sendo tarde (pois sua mulher já tinha terminado com ele, exatamente pelo fato dele estar sempre ausente). O filme nos mostra a sua rotina, nos mostra o como ele é meticuloso enquanto está embalando o presente de aniversário de Kim, que é no dia seguinte (isso reflete o aspecto cuidadoso de quase todas as ações do personagem). Na festa nós vemos como é a relação entre ele e sua filha. Os dois se amam muito, mas Lenore, sua ex-mulher, não gosta muito dessa proximidade entre eles, pois tem medo dele desapontar a filha como já fez com ela (o que é um pouco cliché).

Bryan ainda se encontra com os seus antigos amigos de serviço secreto, que agora trabalham como seguranças de celebridades e gente rica em geral. Kim pede à seu pai, para ir em uma viagem à Paris com a sua amiga. Bryan no início hesita, mas para continuar sua boa relação com a filha ele acaba cedendo, com algumas condições: ele tem que ter o endereço e o telefone de onde esta ficará, entre outras coisas. O problema é que logo em seu primeiro dia de viagem Kim é sequestrada. Apenas com poucas informações (como cor de cabelos dos sequestradores e etc) passadas por ela através do telefone, Bryan descobre que os bandidos estão envolvidos com tráfico de menores e que depois de 78 horas é provavel que ele nunca mais a veja. Ele então parte em uma "Busca Implacável" para salvar sua filha.


Para começar, uma das características que eu mais admiro no roteiro (que é por parte, de Luc Besson) é o jeito com que eles conseguem mostrar pequenos aspectos da vida de seus personagens apenas com poucas coisas. Nós sabemos que Bryan é cuidadoso, frio, habilidoso e inteligente em apenas quinze minutos de filme (reparem na parte em que ele dá conselhos para a filha pelo telefone, na cena em que é, provavelmente, a melhor do filme). A trama em geral é bem feita, você nunca fica cansado, e é tudo bem plausível. Outra vantagem é que o filme consegue misturar bem a investigação e a ação, sem deixar nenhum dos dois gêneros predominarem na tela. Os diálogos são bem feitos e realistas, claro com seus grandes momentos (a cena em que Bryan conversa com o sequestrador).

Pierre Morel mostra um grande talento junto com o diretor de fotografia Michael Abramowicz, principalmente para a composição das cenas, que como eu já disse, ajudam a fazer um estudo mais profundo sobre o personagem com pouco diálogo. As cenas de ação são bem filmadas, ele sabe criar tensão, e até a cena de perseguição automotiva foi relativamente boa (o final valeu a cena toda). Como em outros filmes de Besson, esse mostra um certo amor pelas ruas de Paris e apesar de não mostrar os grandes monumentos e etc, o visual da cidade é maravilhoso. Morel sabe conduzir um bom climax e as cenas mais calmas e dramáticas também funcionam na medida do possível.

O astro do filme é realmente Liam Neeson, digo isso porque ele domina todas as cenas, e faz isso extremamente bem, passando uma competência e confiança muito apropriadas para um agente secreto veterano. Ele mostra que ainda dá conta de filmes de ação e reafirma que é um grande ator (algo que eu já não duvidava). Maggie Grace faz bem com as poucas falas que tem. E Olivier Rabourdin surpreende fazendo o misterioso Jean-Claude. Famke Janssen (a Jean Grey de "X-Men") se mostra uma mãe que tenta ser forte, mas ao ver sua filha em perigo desaba para o ex-marido (a personagem não é lá essas coisas, mas ela faz um bom trabalho com ele).

Veredicto: Um dos poucos bons filmes de ação atuais, infinitamente melhor que o recente "O Fim da Escuridão". Então, se querem ver um grande thriller de investigação, dêem prioridade a esse aqui.

Nota:4/5

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