domingo, 20 de junho de 2010

Crítica: Toy Story 3 (2010)

Por:Dimitri Yuri

A parceria Disney/Pixar tem nos dado grandes filmes atualmente (até os filmes mais fraquinhos ("Carros") estão em um patamar acima), mas a trilogia "Toy Story" é certamente o auge do estúdio. Muitos deles tem alguns errinhos que os impedem de serem excelentes ("Vida de Inseto", "Up" e "Ratatouille"), e apenas um atinge a quase perfeição, é o seu novo filme "Toy Story 3". Que além de acertar em todos os aspectos bons de seus antecessores, apresenta conflitos bem mais sérios do que os dos outros filmes.

A história se passa aproximadamente onze anos depois do segundo filme. Andy está indo para faculdade (algo que tinha sido mencionado nos dois primeiros) e tem que decidir se os seus antigos brinquedos (que agora só ficam em um baú, sem nunca serem brincados) vão para o sotão, para o lixo ou serão doados para uma creche. Uma coisa interessante é que apesar de Andy saber da importância dos bonecos para a sua infância, ele em nenhum momento fala ou brinca com eles (o que seria ridículo vindo de um quase adulto de dezessete anos).

Os brinquedos estavam certos de que iriam para o sotão (e lá eles estariam pelo menos perto de Andy quando ele visitasse sua mãe), mas após uma troca de sacolas e etc, eles acabam parando na creche "Sunny Side". A princípio o lugar é um paraíso para brinquedos (um ambiente colorido cheio de novos bonecos e com crianças para serem brincados). Mas eles descobrem que por trás daquela maravilha, há uma quase ditadura em que o urso Losto (Ned Beatty) é o líder. Então cabe aos antigos parceiros Woody (Hanks), Buzz (Allen), Jessie (Cusack), Sr. Cabeça de Batata (Rickles) e cia. bolarem um plano para conseguir escapar desse malígno lugar.


Consigerando que grande parte do lucro desses filmes vem da venda de bonecos, muitos
(inclusive eu) pensaram que eles iriam reciclar velhas idéias, acrescentar uns dez personagens diferentes para vender mais e mais. Mas nos enganamos, pois o filme se preocupa muito com o roteiro bem trabalhado, e apesar de realmente terem muitos brinquedos novos, todos ele acrescentam alguma coisa para história. No final eu posso dizer que além de ser o melhor trabalho Disney/Pixar, é um dos filmes mais divertidos que vi nos últimos tempos. O fato do roteiro ser também de Michael Arndt (que foi o roteirista de "Pequena Miss Sunshine"), deu uma profundidade moral que não existe em nenhum outro filme do estúdio (que apesar de serem muito bem executados e divertidos, tem idéias e mensagens bem infântis). Nesse aspecto, esse filme pode ser comparado aos grandes clássicos da Disney ("Pinoquio" e etc). Fora que o final é completamente satisfatório (não dá para pensar em um melhor).

Lee Unkrich (que foi o co-diretor de "Toy Story 2", "Monstros S.A." e "Procurando Nemo"), faz um bom trabalho nesse aqui, dirigindo cenas de ação de tirar o fôlego (como por exemplo, todo o terceiro ato do filme), que apesar de não fazer tão bem quanto Brad Bird ("Os Incríveis"), tem o seu mérito. A fotografia do filme é realmente impressionante, bem contrastada e colorida nos momentos alegres, e sombria nos momentos tensos. Enquanto muitos reclamam que não vale a pena o 3D, pois eles não jogam nada em cima de você, eu entendo que essa é uma das maiores vantagens do filme. Eles usam a nova tecnologia (que tende a piorar os filme) apenas para dar a impressão de profundidade do ambientes e etc.

Tom Hanks, Tim Allen, Joan Cusack, Don Rickles, John Ratzenberger estão de volta fazendo o mesmo excelente trabalho que fizeram nos dois primeiros filmes. Mas algumas novidades realmente impressionam, Ned Beatty como Losto está bem assutador e com um ar de superioridade. Michael Keaton faz o hilário Ken, que é um dos melhores alívios cômicos do filme. Mas quem realmente de destaca com apenas umas cinco falas é Timothy Dalton como Mr.Pricklepants, que é um brinquedo shakespeariano, que não somente finge estar parado, ele precisa entrar no personagem para realmente convencer os outros de que é um brinquedo (engraçadíssimo).

Veredicto: Um desfecho excelente, que supera os seus antecessores, e entrega um final digno para um trilogia espetacular. Se, por um acaso, eles anunciarem um "Toy Story 4" ano que vem, eu não ficarei mais desconfiado. A Pixar realmente me convenceu de sua competência.

Nota:5/5

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