terça-feira, 18 de maio de 2010

Crítica: A Lista de Schindler (Schindler`s List, 1993)

Por: Dimitri Yuri

"A Lista de Schindler" é o tipo de filme que, por causa de sua precisão histórica, poderia ser usado como um documentário. Por outro lado, também nos oferece uma história profunda e grandes performances de todo o seu elenco, principalmente a de Liam Neeson (que está entre as melhores de todos os tempos). E ainda tem o talento de Spielberg, colocando tudo acessível com uma tremenda elegância.

O filme conta a história de Oskar Schindler (Neeson), um vaidoso, glorioso e ganancioso empresário alemão que acaba se tornando um humanitário no período nazista da Alemanha, quando ele se sente obrigado a transformar sua fábrica em um refúgio para os judeus. O roteiro é baseado na história verídica de Oskar Schindler, que conseguiu salvar cerca de 1100 judeus de serem gaseados nos campos de concentração de Auschwitz.



Steven Spielberg tem um talento técnico como quase ninguém tem. Seus quadros são tão elegantes e objetivos que você sabe o que está acontecendo e onde está acontecendo (na última batalha de "O Resgate do Soldado Ryan", você pode perceber isso melhor), fazendo-nos sentir dentro do filme. Os massacres e cenas de assassinato são angustiantes porque parece que estão acontecendo com você. Já a idéia de fazer este filme em preto e branco dá um tom de realidade muito peculiar, dando a impressão de que o filme foi filmado durante a Segunda Guerra Mundial.

A trama, além de nos dar uma aula de história, mostra a incrível trajetória de Oskar Schindler - cuja personalidade transforma-se provavelmente na melhor coisa do filme - e é alimentada pelo desempenho extraordinário de Liam Neeson, que é simplesmente um dos melhores. Há também outros grandes personagens, como Stern(Kingsley), fazendo o inteligente e calmo judeu e Fiennes, como "Goeth", o alemão obcecado com o poder (embora tenha achado que seu sadismo foi exagerado em alguns momentos, como quando ele acorda e atira em um judeu com um rifle, apenas para se divertir) faz sua melhor performance até hoje. E a construção dos personagens foi algo muito bem feito, o que torna o final ainda mais poderoso, sendo uma das cenas mais comoventes da história do cinema.

O roteiro é muito bom também, pois estabelece o caráter de seus personagens desde o início e nos mostra claramente suas mudanças conforme a história de desenrola (você vê pelo menos três "Character Studies" excelentes no filme), seja por diálogos bem trabalhados ou por cenas de desgraça e agonia que, afinal, esse filme mostra como nenhum outro. No geral, é bem contido tanto no que diz respeito à direção quanto à atuação, tudo em nome da sensação de autenticidade que o filme tenta passar.

Veredicto: o melhor trabalho de Spielberg depois de "Tubarão" e "O Resgate do Soldade Ryan", com uma história comovente e precisa e um desempenho fascinante por Liam Neeson. Se não for o melhor, este filme é simplesmente um dos melhores filmes de holocausto já feitos.

Nota:4.5/5

Crítica: O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972)

Por:Dimitri Yuri

Pelo fato desse filme ter algumas das melhores performances de história, uma direção impecável, um roteiro inteligente e uma excelente trilha sonora, ele é mais do que bom, mais do que ótimo, é a perfeição em todos os sentidos. Quando vi pela primeira vez este filme, eu tinha 10 anos e eu não aguentei nem a primeira meia-hora, e agora eu adoro ele, então seja paciente. Assista ele prestando atenção em todos os detalhes (ele foi feito pra isso), aí ele se tornará inesquecível.

Vito Corleone (Marlon Brando), é o Don (Chefe) da família Corleone, uma das mais famosas da máfia de Nova York. Seu trabalho é principalmente conversar com seus amigos quando eles precisam de favores, e ver se é confiável realiza-lo (e assim, quando futuramente a família precisar de favores, essas pessoa poderão retribuir). Mas quando o negócio de narcóticos se torna popular entre a famílias de Nova York, Don Corleone se recusa a oferecer ajuda policial e de políticos para a entrada das drogas na cidade. Isso causa revolta entre os outros Dons e Vito sofre um atentado, ficando em estado grave no hospital. Isso faz com que seu filho Michael (Pacino), que não queria envolvimento nos negócios do pai, começe a cuidar de alguns assuntos da família (principalmente porque está com raiva do que fizeram com seu pai).


Todo mundo diz que o filme acerta tudo em cheio, e é verdade. Este filme segue um ritmo narrativo que é impecável, nunca cai, e isso acontece porque todo o filme já tem um ritmo um pouco lento (que Coppola nunca deixa ficar chato. Isso pode ser notado melhor em "O Poderoso Chefão: Parte II", que tem três horas e quarenta de duração e passa muito rápido). Ele tem algumas cenas bem tensas (como a cena em que Michael está mudando o quarto de seu pai no hospital), e mesmo algumas engraçada (quando Michael está na Sicília, conversando com um homem sobre aquela garota que ele conheceu, e o rapaz descobre que ela filha de sujeito). E o filme acerta em todos esses momentos.

O roteiro feito por Mario Puzo (o mesmo que escreveu o livro) é um dos melhores já feitos. Desenvolve a seus personagem tão bem, que quase todo mundo está aprendendo alguma coisa durante a história. E, claro, dá-nos citações memoráveis como o clássico "Eu vou fazer-lhe uma oferta que ele não pode recusar!" ou "Eu sou um homem superticioso!". Fora que todos os dialogos são muito bem feitos e fluem com perfeição. A trilha sonora de Nino Rota é brilhante, e você pode perceber direto na primeira cena (a música tema desse filme é até hoje um clássico de dar arrepios, até o Slash já gravou uma versão dessa obra prima). A cinematografia por Gordon Willis é um exemplo de como elas devem ser feitas, simplesmente perfeita.

As atuações são igualmente impressionantes (só ver que naquele ano, além de Brando, que ganhou o oscar de melhor ator, três atores foram indicados para "Melhor Ator Cuadjuvante"), mesmo Pacino que não costuma me surpreender, como todo mundo diz (não que ele é um ator ruim, ele é bom, mas eu prefiro performances contidas e calmas), me impressionou muito, ele é tão frio e parece tão pensativo, fazendo as suas mudanças realistas e bem elaboradas. Brando dá um dos melhores desempenhos que o mundo já viu, e considerando que ele tinha 48 anos quando este filme foi lançado, ele me convenceu de que era um homem doente, velho (algo que Pacino não fez muito bem em "O Poderoso Chefão: Parte III "). E observe a cena onde Hagen (Duvall) conta a ele sobre Sonny (Caan), e você verá o que quero dizer quando falo que é uma das melhores de todos os tempos.

Veredicto: Um monte de gente, inclusive eu, dizem que é o melhor filme já feito, então eles provavelmente têm uma boa razão para dizer isso. Prioridade para qualquer um que gosta de bons filmes.

Nota:5/5 (Claro!)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Crítica: O Livro de Eli (The Book of Eli, 2010)

Por:Dimitri Yuri

Esse filme tem uma mensagem bíblica envolvida nele, e influencia diretamente o enredo da história. Então se você não gosta desse tipo de coisa, porque você simplesmente não acredita em nada disso, essa não é a melhor escolha de filme, e você vai ficar desapontado (apesar de adimirar suas atuações, cenas de ação e visual em geral). Mas agora se você gosta desse tema, aí sim, terá uma boa experiência.

Eli (Denzel Washington) está caminhando à mais de trinta anos, atravessando os Estados Unidos da América em um mundo pós-apocaliptico, pois uma guerra cataclísmica devastou a humanidade, e só poucos sobreviveram. Ele é guiado por uma força superior, e seu objetivo é levar a última cópia de um livro (a bíblia) à costa oeste, para pregar suas mensagens. Mas Carnegie (Gary Oldman), o "chefe" de uma "cidade" (muito parecida com as do velho oeste), quer o livro, pois como sabe o seu poder, quer usa-lo para o seu próprio benefício.


A cinematografia do filme é extremamente bem feita, e tem algumas grandes cenas, como a primeira luta expetacular (onde vemos apenas as silhuetas de Eli e dos ladrões), ou quando Carnegie abre o livro pela primeira vez, e vemos como funciona o cadeado, dando aquele clima de mistério (o que lembra-me do "O Quarto do Pânico" de David Fincher). Mas algumas cenas são desnecessárias, como a primeira sequencia onde o arco divide a poeira, que não tem motivo, senão estético, e não diz nada para o filme. A direção dos irmãos Hughes é muito estilosan (o que, nesse caso, não acrescenta muita coisa) e às vezes elegante. Percebemos isso vendo que ele não se preocuparam muito em explicar o que realmente aconteceu com o mundo, e nos pouparam de longas cenas (o que importa é que teve uma guerra e o mundo acabou, pronto), e, mesmo que sem querer, deu um mistério à história.

A atuação é excelente, o que é quase uma redundância considerando que os personagens principais são interpretados por Denzel Washington e Gary Oldman. Mas houveram algumas surpresas, como a breve aparição do velho casal Martha (de la Tour) e George (Gambon), que, apesar de parecer que eles estavam lá para nada , foi bom apenas para ter cenas engraçadas, como quando alguém pergunta Martha o que eles iam fazer, e ela responde "I know what the @#$% I am doing!", que é bem inesperado, vindo de uma velhinha de mais de oitenta anos (mas é um recurso comum do roteiro para chocar o espectador, não é novidade).

Embora o filme tenha algumas lindas cenas, como a que Eli lê o livro para Solara (Mila Kunis), ele também usa muitos cliches, como "pense nos outros antes de pensar em si mesmo!" (é claro que está certo, mas parece que os roteiristas não se preocuparam em escrever uma nova boa mensagem, ao invés disso viram uma que deu certo em outros filme, e copiaram). Os diálogos não são sensacionais, mas estão longe de serem ruins, possuem algumas grandes citações da Bíblia (Duuuhhh!), e são nessas cenas que o filme te causa arrepios (e até quem não acredita admirará essas lindas frases).

Veredicto: Fuja se você não gosta de mensagens bíblicas, mas se você gostar, você não vai ficar desapontado.

Nota:3.5/5

Crítica: Onde os Fracos Não Tem Vez (No Country for Old Men, 2007)

Por:Dimitri Yuri

Muitos concordam comigo que os irmãos Coen são um dos melhores diretores ainda trabalhando (É difícil dizer, entre eles, Mel Gibson, Christopher Nolan, Scorsese e mais alguns, quem é o melhor) . E nesse filme eles provam que são mestres em um bom suspense, tornando a experiência tão tensa e inesquecível, que já vira um exemplar de film noir, e esconde um pouco dos erros no roteiro. E ainda com atuações que te deixam de boca aberta, ele é merecedor de 5 estrelas.

Llewelyn Moss(Brolin) tem uma vida difícil e sua situação financeira não é das melhores. Mas a situação parece que melhorará, pois ele acha uma maleta com dois milhões de dólares em uma suposta negociação de drogas que deu errado e todos morreram. O problema é que há mais um sujeito atrás desse dinheiro, seu nome é Anton Chigurh(Bardem), um psicopata que mata pessoas só por entrarem em seu caminho. Enquanto esse jogo de gato e rato acontece, Ed Tom (Lee Jones), um Xerife prestes a se aposentar, investiga a série de assassinatos de Chigurh deixa em seu caminho, indignado com tudo o que vê.


A atuação é indiscutivelmente fantástica. Desde Bardem, que mereceu o Oscar (e é realmente o melhor desempenho no filme), até Gene Jones, que é o dono do posto de gasolina (aquele que está na cena do cara ou coroa, que tanto Chigurh quanto ele, sabe que é mais do que uma simples brincadeira). Ou Woody Harrelson (fantástico), interpretando um investigador carismático, que presta atenção aos mínimos detalhes. E Tommy Lee Jones, como o Xerife Ed Tom, constantemente sofrendo de toda desgraça que está vendo (lembrou-me do personagem de Morgan Freeman em "Se7en").

Eu não conheço ninguém atualmente que consiga criar tensão como os irmãos Coen, desde seu primeiro filme "Gosto de Sangue" eles já conseguiam contruir peculiares Climaxes com sons de passos na madeira, uma iluminação bem fraca, e closes nos protagonistas. Nesse eles melhoram suas técnicas e criam uma bem trabalhada atmosfera, que puxa você pra dentro do filme, fazendo você pensar o quê faria naquela dada situação. O seu senso deles de construir aquela idéia de anos oitenta é muito bem concebida em seu figurino, cenário e vocabulário. E claro, conseguem tirar grandes performances de todo seu elenco.

O filme tem brilhantes diálogos (nem tem como citar um só), e é bem complexo também, o que dá gosto de assistir. Os erros de roteiro que me referi no primeiro parágrafo é que, se por vezes, eles usam Chigurh para mostrar como vergonhoso e decadente nosso mundo se tornou, em outras ocasiões eles discutem a autenticidade do caso, e como ele é um sujeito peculiar. Por isso é um pouco controverso, mas como eu disse, isso não pára este filme de merecer a nota máxima. E enquanto algumas pessoas disseram que o acidente no final do filme foi inútil, eu acho que estava lá para nos mostrar que, mesmo um assassino psicopata inteligente e meticuloso, está sujeito a imprevistos, e é vulnerável a acidentes.

Veredicto: Isso é mais uma prova de que os irmão Coen são diretores muito talentosos, nos dando uma obra-prima de film noir.

Nota:4.5/5

Crítica: O Fabuloso Destino de Amelie Poulain (Le fabuleux destin d'Amélie Poulain, 2001)

Por: Dimitri Yuri

"O Fabuloso De Amelie Poulain" é provavelmente um dos melhores filmes atuais não- Hollywoodianos que eu já vi. É quase tão bom quanto "Cidade de Deus", apesar de "Tropa de Elite ser bem melhor (mas claro que não se compara aos filmes de Bergman ou Kurosawa por exemplo). Sua direção é muito divertida, estilosa, e criativa. Seu roteiro é cativante, e suas atuações igualmente amáveis.

Amelie (Tantou) é uma mulher inocente, que vive no seu próprio mundinho. Mas quando ela acha uma caixa de lembranças do antigo ocupante do seu apartamento, ela parte em uma busca para achar o dono e entrega-lo a caixa. Então ela começa a criar um gosto por ajudar as pessoas, como um hobby, e arma planos para ajudar de algum modo, as pessoas que estão em volta dela. Amelie também começa a gostar de Nino (Mathieu Kassovitz), mas eles nunca se encontram, pois ela sempre está bolando truques para descobrir mais sobre ele, sem conhece-lo pessoalmente.


Logo no início você já percebe que está vendo algo diferente. Eles contam muitas coisas em um pouco espaço de tempo, e fica muito corrido, mas não deixa de ser fabuloso, pois a direção muito inteligente de Jean-Pierre Jeunet não deixa passar nada, e nós absorvemos tudo que o filme tenta nos mostrar (ele usa o Voice-Over com bastante objetividade). A fotografia também é sensacional. Suas escolhas de iluminação dão um toque muito peculiar, e marcam tanto você, que você percebe claramente uma diferença entre esse filme e os outros, mesmo que seja só nas luzes e cores.

O enredo é muito divertido (é o famoso feel good movie). Ver os planos e truques de Amelie, é incrivelmente divertido e engraçado. Você realmente não precisa se preocupar com a mensagem que ele tenta te passar (embora ela seja muito boa), o filme só faz você se sentir feliz. E se em "Beleza Americana" eles nos dizem que há tanta beleza no mundo, em "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain" eles jogar essa beleza em nós, e nos encantam com sua simplicidade (como no início onde vemos que diferentes pessoas gostam de fazer, tipo jogar pedras no lago e etc).

A atuações também são todas fantasticas, todos os personagens são muito carismáticos e nenhum deles é uni-dimensional. Audrey Tautou merece destaque, ela é muito feliz, mas quando ela tem que ser emocional (como quando ela vê que o gato está fazendo o ruído, e pensa que é Nino) ela acerta em cheio, nos deixa emocionados. Sem falar que ela tem um carisma tremendo. Mathieu Kassovitz tambem faz bonito, apresentando uma boa química com Tantou.

Veredicto: Este elegante, bem atuado, elegantemente dirigido filme estrangeiro não deve, por qualquer motivo, ser desperdiçado.

Nota:4/5

domingo, 16 de maio de 2010

Crítica: A Primeira Noite de um Homem (The Graduate, 1967)

Por: Dimitri Yuri

É difícil encontrar comédias românticas tão boas quanto essa aqui hoje em dia, talvez porque eles já exploraram muito esse formato, de modo que não tenha como inovar. Mas se você gosta desse gênero, esse é um filme necessário (porque é um dos melhores que ele tem à oferecer). Com um incrível desempenho de Dustin Hoffman, excelente trilha sonora e um enredo divertido e honesto, este filme tem algo a mais.

Ben (Hoffman) acabou de se formar na faculdade, e espera um grande futuro. Mas em sua festa de boas vindas ele conhece a senhora Robinson(Bancroft), mulher do colega de trabalho de seu pai, que o faz leva-la para casa e lá tenta seduzi-lo. Nada acontece naquela noite, mas depois Ben marca um encontro e eles viram amantes. O problema maior vem quando Ben começa a se apaixonar por Elaine (Ross), filha da senhora Robinson.

Alguns elementos do filme pode parecer clichês, mas nós só pensamos desta forma, porque o vemos em quase todas as comédias românticas. O negócio é que todos esses novos filmes foram inspirados por este aqui, o que faz dele um clássico, e não deve ser desperdiçado por qualquer cinéfilo. No geral o roteiro é muito bem trabalhado. Inova bastante (como o efeito video-clipe que foi inaugurado com esse filme), e nunca deixa você cansado. Sem falar que o romance é muito bonito.

A performance de Hoffman é impressionante, a sua passagem de um imaturo, digamos adolescente, para um adulto de verdade, é muito bem escrita, mas não seria tão boa sem sua atuação. O elenco de apoio, apesar de não brilhar como Dustin, é muito bem colocado. As cenas em que as pessoas reagem de forma exagerada são, provavelmente, as cenas mais engraçadas do filme (como quando Ben da a grande notícia para sua mãe), é muito inesperado e divertido.

A direção é por conta de Mike Nichol (que fez o recente "Jogos de Poder" e o clássico "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?"), responsável por grandes filmes. Então nós não decepcionamos com a direção, que impulsiona as piadas nas horas certas, e nos comove quando necessário. Sem falar que tira performances magníficas de todo o seu elenco, principalmente de Hoffman, como eu já falei.

Outro elemento pelo qual esse filme será lembrado, é a sua trilha sonora. Que é toda composta por Simon and Garfunkel, logo, é uma das melhores de história de Hollywood. As vezes elas combinam tanto com as cenas em que estão, que você fecha o olha e só pela música você já sabe o que ela está tentando passar.

Veredicto: Mesmo se você não é fã de comédia romântica, você tem que ver este. É um clássico, muito divertido e com excelente performance por Dustin Hoffman

Nota:4/5

Crítica: Os Cavaleiros do Apocalipse (Horsemen, 2009)

Por:Dimitri Yuri

Eu tenho que confessar que na primeira meia-hora de filme eu comecei a pensar que o ele poderia ser bonzinho, mas aí as atuações começaram a desandar, o roteiro começou a ter umas viradas muito implausíveis, e no final, o filme não foi nem um pouco impactante (o que é crucial num filme de Serial-Killer). Mas pior que isso, o filme não é só ruim, ele é doloroso de assistir, tem cara e cheiro de filme "B".

Aidan Breslin é um detetive perturbado pela morte de sua esposa, e por ter que cuidar dos seus filhos sozinho. Para esquecer de seus problemas, entra em um caso de assassinatos em série, que ele começa a perceber que estão relacionados com os quatro cavaleiros do apocalipse, da Bíblia. Mas quando ele vê relações entre os assassinos e sua vida pessoal, ele tem que descobri o que está acontecendo rapidamente. E não esperem por um grande final... pois não terão.

Suas primeiras cenas eram promissoras, e mantiveram-me na tela por 20 minutos sem reclamar, mas quando a trama começa a mudar, eu comecei a pensar que não valia a pena assistir, e uma hora depois, percebi que ele era um dos piores filmes do ano. Mas quando Ziyi Zhang começou a ser a vilã da história, o filme começou a feder, e a última gota de esperança caiu no chão. O desempenho dela é provavelmente a pior performance que eu já vi, seus esforços para soar sexy são em vão, ela fica nojentinha, parece que está lendo o texto escrito na parede, que deu até vontade de parar de ver, mas aí eu pensei, "Olha! esse filme dá uma boa crítica!" e continuei assistindo. Quaid nunca me impressionou muito, e esta não é uma exceção. Ele comete o erro inaceitável de não parece real muitas vezes, e o mínimo que eu quero de um ator por sua performance é que ela pareça e soe natural.

Não tem muito o que falar da direção, ela não deixa você com muitas espectativas sobre o final do filme (mas provavelmente por causa do péssimo roteiro). Mas o principal é que logo no início você já percebe que é um filme "B", então já por aí você não espera nada do resto, mas ao invés de te impressionar (o que é facil, considerando que suas espectativas estão tão baixas), ele te decepciona. Uma vergonha.

O roteiro deve ser o elemento mais comprometido do filme, pois seus diálogos são de dar risadas, extremamente artificiais, e "sem sal" nenhum. As viradas da histórias na maior parte, são vistas à quilômetros de distância, mas se as vezes surpreêndem, é exatamente pelo fato de serem tão idiotas, que você você nunca imagina que eles botariam um negócio desse num filme. Me espanta saber que os caras ganham rios de dinheiro para fazem esse lixo.

Veredicto: Este não é o filme que vale a pena assistir porque é muito ruim, pois dói e insulta a sua inteligência, e por não vê-lo, você vai ter a vantagem de não ter o desempenho de Ziyi Zhang na sua mente. Portanto se você quiser ver um filme de Serial-Killer, veja "O Silêncio dos Inocentes" ou "Se7en", mesmo que seja pela segunda vez.

Nota:1/5

Crítica: Ratatouille (2007)

Por:Dimitri Yuri

Este aqui não é diferente de nenhum outro filme da Pixar (com a exceção da trilogia "Toy Story" que está um patamar acima). Ele é muito bem dirigido, escrito com muita criatividade, e tem aquele toque de brilhantismo. Fica melhor ainda com excelentes vozes que se encaixam perfeitamente no personagens.

Remi (Oswalt) é um ratinho do interior de Paris (embora não saiba em que cidade está), que ama cozinhar, seu ídolo Gusteau (Garret), escreveu um livro que Remi lê e aprende tudo. Por uma série de razões, ele acaba parando no centro da metrópole, e perto do restaurante Gusteau (que ele descobre já ter morrido. Enquanto observa o funcionamento do restaurante, percebe que o lixeiro novato, Linguini (Lou Romano) está estragando uma sopa adicionando ingredientes que não combinam com a receita. Então Remi, escondido, conserta a sopa, que vira um sucesso entre os clientes. Remi e Linguini fazem uma parceria de sucesso, mas Skinner (Holm), o atual chefe do restaurante, vai fazer de tudo para impedi-los, pois está com inveja de seu sucesso.

O elenco de vozes, como todos esperávamos, é maravilhoso, especialmente Peter O'Toole como Anton Ego (o melhor personagem do filme), que dá ao seu personagem uma autenticidade que difere de todos os outros já criados pela Pixar, a voz dele é penetrante e hiponotizadora, dá aquele toque sombrio necessário para o o temido crítico. Patton Oswalt é muito divertido, fazendo seu personagem confuso sobre o que diz e o que faz (perfeitamente aceitável para um ratinho que nunca foi para a cidade). Ian Holm, que é um excelente ator, também brilha aqui, roubando a cena sempre que aparece.

Como é comum nos novos filmes animados, as cenas de ação impressionam por seu nível de detalhe e ângulos de câmera excelentes. Nesse filme não é diferente, as cenas parecem que foram filmadas por uma grande diretor (o quê Brad Bird provavelmente é), alternam também com momentos humorados (como quando Skinner puxa o pano da mesa do casal no barco). E colocar um ser tão pequeno (Remi) numa cena corrida junto com humanos que são dez vezes maiores, exigem muita cautela por parte da direção.

A história também á muito bem trabalhada, te motiva, emociona e diverte. Possúi momentos emocionantes com diálogos dignos de um grande filme, como o discurso final de Ego (que me ajudou a descobrir o verdadeiro trabalho de um crítico). Mas tem algumas falhas. A pior delas, é que, em nenhum momento, eles explicam porque quando Remi puxa o cabelo de Linguini ele se move (se você tentar fazer isso, não acontece nada), e mesmo que as pessoas falem que não tem problema pois é um mundo mágico, simplesmente parece que eles estão forçando a barra (igual à "UP", quando os cachorros começam a pilotar mini-aviões), você acabado saindo um pouco do filme, e demora um pouco para ele te puxar de novo.

Veredicto: É Pixar!

Nota:4/5

sábado, 15 de maio de 2010

Crítica: Alvin e os Esquilos 2 (Alvin and the Chipmunks: The Squeakquel, 2009)

Por:Dimitri Yuri

Porquê? Se o primeiro filme já não foi tão bom, eu não entendo porque que eles resolvem fazer um segundo. Deve ser porque o filme rendeu mais de duzentos milhões de dólares mundialmente. Então eles não se preocuparam em inovar nada, pegaram a mesma besteira do primeiro filme e adicionaram três esquilinhas que são simetricamente iguais ao três protagonistas (só que na versão feminina), pra te jogar na cara que eles vão ficar juntos no final.

O filme conta a história dos esquilos que, por razão nenhuma (famoso McGuffin) tem que ir para o colégio. Lá eles encontram mais três esquilinhas que vieram de não sei aonde (McGuffin), e vão fazer uma competição de shows no colégio. Mas as esquilinhas trabalham para o Ian (Cross) do primeiro filme e blá, blá, blá.

Pra começar, nem o primeiro filme era viável, pois se você não usa animação gráfica para fazer os esquilos, eles ficam muito mecânicos, mas se você usar, eles destoam do resto do filme, pois fica uma animação bem mal-feita, e você sempre tem a ideia de que os atores fizeram tudo sem os esquilos, e depois eles foram adicionados (a reflectividade deles são bem diferentes do resto da cena). E pra piorar eles usam aquela voz computadorizada, que pode até ser bonitinha de vez em quando, mas depois de meia-hora você já está de saco cheio, o que piora quando eles começam a cantar (as pessoas poderiam até ir no show pra ver esquilos que falam, mas ninguém compraria um CD deles, é muito chato!).

Aqui mais uma vez, eles acham que comédia é um pessoa bater com a cabeça na parede, uma velha na cadeira de rodas descendo uma escada e etc (só ver que logo nos primeiros vinte minutos, duas pessoas vão para o hospital). Tá certo que esquilos falantes não existem mas se, aparecesse um semana que vem, ele não teria uma mini-guitarra que ele pudesse tocar (não tem como fazer!), não iria para a escola, começaria no ensino médio (eu estou aqui nos EUA à um mês, e sei como é difícil conseguir matrícula, mas no filme eles conseguem instantaneamente), não participariam da aula de educação física, não seriam chamados para o time de futebol (copiaram as mesmas besteiras que tinham no “Stuart Little”), e muito menos as garotas dariam mole pra eles (que garota quer pegar um esquilo? Isso é zoofilia, e da CADEIA!). Então o filme acha que pode inventar essas besteiras porque já estão num mundo que não existe, mas o negócio é que o mundo é o nosso, é real, os esquilos que não são. O roteiro ainda faz alusões à “Taxi Driver” e “O Silencio dos Inocentes”, mas são sempre sem graça nenhuma. E falando nisso, o filme é tão engraçado, que eu não ri.

Nenhuma atuação realmente boa. Jason Lee, que estava normal no primeiro filme, quase não aparece nesse, deixando lugar para o também mediano Zachary Levi, que é bom as vezes, mas parece meio falso em outras. David Cross, faz a mesma coisa que fez no primeiro, tem seu charme, mas nada muito bom (quem se esforça para construir um personagem num filme como esse?). Não tem como analisar a atuação dos esquilos, mesmo tendo bons atores fazendo as vozes.

Veredicto: Isso é o que eles entendem por diversão para a família hoje em dia, pessoas batendo com a cabeça no chão sem contexto nenhum. O negócio é que eles vão continuar fazendo filmes mediócres, e as pessoas vão continuar dando dinheiro para esse caras. Então dê preferência à qualquer filme de Pixar antes de começar à ver esse aqui.

Nota:1/5

Crítica: Toy Story (1995)

Por:Dimitri Yuri

A Pixar tem uma filmografia impecável, mas mesmo com dez filmes, o primeiro filme animado pode ainda ser o seu melhor (Toy Story 2 e 3 também estão na briga). Este filme mostra algum tipo de magia que eu não posso explicar, e só me fascina. Você fica amigo daqueles brinquedos e se preocupa com o seu propósito, sem falar que a ideia de um mundo dos brinquedos, é muito bem concebida pelo roteiro de Pete Docter e John Lasseter e companhia, mostrando uma criatividade além do comum.

O filme mostra a vida dos brinquedos de Andy, vivendo sua realidade, que é o quarto do garoto. Woody (Hanks) é como se fosse o coordenador de tudo, como um síndico do quarto, mas quando um novo boneco, Buzz Lightyear (Allen), chega e começa a ganhar a simpatia de Andy e dos outros bonecos, a liderança de Woody está ameaçada. Após um acidente onde Buzz cai da janela, todos pensam que Woody o matou, então cabe a ele tentar achar Buzz e contar para seus amigos a verdade. Mas quando ele finalmente acha Buzz, ele tem mais dois desafios, chegar a salvo em casa antes da mudança, e aturar Buzz até lá. Até que inesperadamente começa uma amizade entre os dois bonecos.


A direção é muito inteligente, parece que uma criança deu dicas para Lassseter, pois ele mostra exatamente o que um garotinho gostaria de ver num filme. Suas cores fortes, fazem você reconhecer que aquele é um mundo mágico, diferente de “Wall-E” que a primeira hora de filme nem parece muito com um filme animado (não que isso seja um defeito). E as cenas de ação são bem impressionantes, bem filmadas e simples (embora as de “Os Incríveis” sejam muito melhores, mas o filme era mais de ação, esse aqui é mais infantil)

Revolucionário, "Toy Story" foi o primeiro de todos os grandes filme de animação totalmente computadorizada (um triunfo da computação gráfica) . Seu elenco de voz é simplesmente perfeito, Tom Hanks e Tim Allen dão performances memoráveis (como a cena em que Woody grita com Buzz "Você é um brinquedo!"), e apresentam uma química que torna este filme inesquecível. A animação em si é boa, embora hoje em dia as animações são bem mais detalhadas e os movimentos fluem melhor. A trilha sonora por Randy Newman é empolgante, e dá um toque decisivo à cenas animadas e para a tristes também.

Mas essa não é a melhor parte. Os problemas e dilemas que a experienciam os personagens, são tão bons, que a sua simplicidade desperta a criança em você, e te dá uma divertida vontade de entrar na história e brincar com aqueles personagens . Também a situação em que Woody tem de provar aos seus "Ex-amigos" que ele não matou Buzz, é bem séria para um filme de criança, o que contrasta com outros dilemas bobinhos, mas sempre cativantes. Sem nunca deixar de ter piadas e alusões para os adultos rirem, e são muitos momentos engraçados. O roteiro apresenta alguns furinhos (se Buzz acha que ele é realmente um patrulheiro espacial, porque ele finge ser um brinquedo quando um ser humano chega perto?)

Veredicto: Esse filme é mágico, desafia sua imaginação à acompanha-lo, com um elenco de voz perfeito, e cativante roteiro. São bonecos com vida! É Disney! É Pixar!

Nota:4.5/5

Crítica: 2001: Uma Odisseia no Espaço (2001: A Space Odissey. 1968)

Por:Dimitri Yuri

Na minha crítica de "Avatar", eu escrevi que efeitos especiais somente, não fazem um bom filme. Então eu posso soar controverso, quando eu disser que o roteiro desse filme pode não ter um propósito à princípio (Mas se você se aprofundar você acha coisas bem interessantes), e algumas pessoas até hoje não veem um grande significado, mas o filme não se preocupa com isso. É muito bem trabalhado exatamente pelo fato de não se preocupar em explicar tudo, e enquanto “Avatar” se concentra muito em mandar mensagens idiotas, esse aqui deita e rola, indiferente e muito confiante. Esse é o mais perto que um filme de ficção científica chegará de ser Arte...

O filme começa na era do primatas, onde os macacos são confrontados por um estranho monólito preto, que aparentemente é de origem extraterrestre, e com o contato com os macacos, “ensina-os” que os ossos podem ser usados como armas. Aí nós pulamos milhões de anos e vemos um nave espacial numa expedição para a lua, numa missão para estudar esse misterioso monólito negro, que reapareceu, que descobrem que ele está recebendo um sinal magnético perto de Júpiter. Depois saltamos para outra expedição, desta vez para investigar a origem desse sinal magnético (Que eles especulam ser alienígena), mas HAL,o computador que controla a espaçonave parece ter um falhado, colocando em risco a vida de dois astronautas, que tentam “driblar” o computador para continuar vivos.


Ninguém pode criar uma fotografia e atmosfera como Kubrick fazia, ele mostra uma nave pousando por 15 minutos e você ainda assim acha magnífico, é mais bonito e realista do que muitos que efeitos especiais que vemos em alguns filmes de hoje em dia (É maravilhoso). A música é perfeita, clássica, memorável. Tudo que acontece na tela é muito artístico, e apesar dele ter um pouco daqueles delírios de roteiro (Como o final por exemplo), precisam de muita reflexão para ser entendido, e por isso, muitos não vão aguentar ver tudo. O roteiro, mesmo não tendo muitas falas, não deixa de ter seus momentos memoráveis, comandados pela atmosfera de Kubrick, como todo o capítulo do conflito entre HAL e os astronautas, que traz cenas que você vê até desenhos animados imitando hoje em dia. Mas o espetáculo visual sempre prevalece. E mesmo o roteiro parecendo completamente maluco às vezes, no final, aquelas diferentes história, fazem sentido, mesmo que necessitem de muito raciocínio (Bem recompensador quando você consegue).

No ramo de Moda, o estilista faz um vestido que não é necessariamente usável, mas ele coloca tendências, que inspiraram outros as fazer outra roupas e assim por diante. Eu acho que foi isso que Kubrick quis fazer, quis mostrar que ele sabia tanto de cinema que fez um filme que exibia tendências para inspirar outros, e ele acertou, pois você não consegue encontrar um filme de ficção científica hoje que não tem nada de "2001: Uma Odisseia no Espaço". E mesmo com o seu ritmo lento, você nunca quer parar de assistir, apesar de em alguns momentos ele exagerar (Como quando ficam cores vindo na tela por quinze minutos). Aí toda vez que eu lembro dele, e vou separando cena por cena, eu consigo ver quanto o filme é magnífico, ele chama você pra meditar de um jeito que nenhum filme jamais conseguiu (NENHUM!). Te faz pensar de onde você veio, e o que ele está tentando propor. Te leva para um outro nível, você esquece os mocinhos e ou vilões, e aborda coisas muito mais sérias e filosóficas (A própria filosofia do filme não é muito sofisticada, mas o que ele motiva você a pensar, sim, é o mais interessante).

Veredicto: Como qualquer filme de Kubrick, a atmosfera é hipnotizante. Cada cena deste filme é memorável e clássica, necessário para todo cinéfilo. Uma verdadeira obra de arte!

Nota:5/5

Crítica: Recém-Formada (Post Grad, 2009)

Por:Dimitri Yuri

“Recém-Formada” sofre do mesmo problema que quase todas as comédias-românticas de hoje em dia, não é engraçada, e o romance também não é lá essas coisas. Pelo quesito direção e roteiro esse filme mereceria um grande “0”, mas ele tem atuações carismáticas, mesmo não sendo boas (principalmente pela protagonista Alexis Bledel) . O problema é que em geral, ele desafia a sua inteligência, tratando você como uma garotinha de doze anos de idade.

Ryden Malby (Alexis Blebel) termina a faculdade, mas suas esperanças de trabalho vão pelo ralo, a fazendo voltar a morar com sua família maluca. Seu melhor amigo Adam (Gilford) é apaixonado por ela, apesar dela não sentir o mesmo por ele. Ela vacila com ele, e ele decide ir para a faculdade em Nova York, e... Preciso mesmo contar o resto?


Logo na primeira cena já percebemos uma besteira do lado da direção, a introdução que era pra ser estilosa, não funcionou muito bem, extremamente artificial e sem graça. O filme tenta ser um “Legalmente Loira” (que já não é essas coisas), mas não sucede. E falando nisso, ele tenta imitar muitos filmes e não dá certo, a família de Ryden tenta ser divertida igual a de “Pequena Miss Sunshine”, e não tem graça nenhuma. E tem um momento deprimente onde Michael Keaton diz “Fivelas!” imitando o famoso “Plásticos” de “A Primeira Noite de um Homem”, mas não chega nem perto do mesmo efeito que teve no clássico dos anos sessenta.

O roteiro é muito mal trabalhado (se você o usasse como papel higiênico ele talvez fosse mais impactante). Com momentos péssimos, como a entrevista de emprego no início do filme, que toca aquela música dramática e Ryden diz que aquele é o sonho dela e que ela sempre gostou de livros, mas até então nós não a vimos lendo um livro sequer, então a cena não significa nada. E você não tem credibilidade na competência da protagonista (porque você confiaria numa pessoa que passa um cheque de 30 mil dólares, contando que conseguirá um emprego que ainda nem fez entrevista?). Mas o pior é que, considerando que é uma comédia, eu não ri uma única vez (nenhuma vez!!). Eles acham que pessoas pisando em cocô de gato é engraçado. E a previsibilidade faz com que você não espere para o final do filme, que também não impressiona. Os dilemas que os personagens enfrentam são tão estúpidos e cliches (eu não entendo porque alguem imita outros roteiros igualmente fracos, ao invés de copiar os bons), que você não está nem aí para o que vai acontecer.

Alexis Bledel não impressiona muito com a sua atuação, apesar de ter um ar meigo e ser muito bonita. Ela não conseguiu estabelecer uma química muito boa com Zach Gilford, mas são “passáveis”. Michael Keaton e Jane Lynch (que são ótimos atores), estão bem, mas não tem graça nenhuma! É deprimente vez Keaton fazer filmes como esse. O nosso compatriota Rodrigo Santoro não tem muita falas (por causa do sotaque) mas com as poucas falas que tem já mostra que não está no mesmo nível que os outros atores, seu personagem não se sobressai em cena, e você nem lembra muito dele quando o filme termina.

Veredicto: Se você tiver que ver uma comédia-romântica atual com a sua mulher ou namorada, veja “500 Dias com Ela” ou até o mediano “Amor Sem Escalas”. Pois mesmo com atores bonzinhos, o filme é um insulto a sua inteligência, sem graça nenhuma, e muito previsível.

Nota:2/5

Crítica: O Feitiço do Tempo (Groudhog Day, 1993)

Por:Dimitri Yuri

Porquê não fazem mais filmes como esse? Acho que em algum momento alguém decretou que todas as comédias-românticas tem que ter aquela mesma histórinha, onde o cara bonitão (obrigatório) a mulher é maravilhosa se apaixonam. Tudo bem até aí, o problema é que elas não engraçadas. As piadas consistem em pessoas caindo no chão e batendo a cabeça na parede. Pode até ter sido bom algumas vezes. Mas alguem podia imitar esse filme, que tem um roteiro muito criativo, é extremamente engraçado, e tem um lindo romance...

Phil é um repórter cansado de sua vida, e muito egocêntrico, trata seus ajudantes como servos, se enganando que ele é uma celebridade. Todo ano ele tem que fazer uma matéria sobre o “Dia da Marmota” (uma festividade que acontece numa cidadezinha americana), o problema é que esse dia (o pior de vida de Phil), está se repetindo sempre, mas só Phil vive isso. E após descobrir que nada que ele fizer o dará um “amanhã”, ele começa a simplesmente aproveitar a vida, e fazer coisas que ninguém nunca faria na normalmente (como dirigir no trilho do trem). O problema é que isso passa uma hora, quando ele começa a se apaixonar por sua colega de trabalho (Andie MacDowell). Mas ele só tem um dia pra conquista-la.


Ele já começa contrariando essa nova fórmula, pois o “galã” do filme é Bill Murray (que está longe de ser bonito). E ele, como sempre, é sensacional, provando mais uma vez que é muito versátil nessa transição cômico-dramática. Solta suas falas como um veterano, que sabe exatamente o que faz, e isso adiciona um charme e um tempo cômico diferente (Muito mais engraçado que pessoas caindo da escada, ou tomando um chute no saco). Andie Mcdowell não é sensacional, mas ela faz a sua personagem bem real, e amável (Necessário, pois caso contrário, você não acreditaria naquele romance). Mas todo os atores do elenco de apoio são muito engraçados, principalmente Stephen Tobolowsky, como Ned, que com duas ou três aparições já faz um personagem memorável.

A direção de Harold Ramis (Que tinha atuado com Murray em “Os Caça Fanstasmas”) faz também um bom trabalho (apesar de ter se destacado mais como o escritor), ajudando a criar uma ótima simetria que faz você reconhecer os mesmos elementos todos os dias, e usa os cortes secos para mostrar as diferentes tentativas de Murray de conseguir alguma coisa (Seja uma mulher, uma mulher, ou até uma mulher). E de certa forma ele deu um ar de original para o filme.

Esse filme me lembrou à “A Felicidade Não se Compra”, o clássico de Frank Capra, principalmente pela originalidade do roteiro, e pelas suas mensagens realmente boas. Fazem você se sentir feliz e satisfeito quando o filme termina. Mas não podemos esquecer das piadas, que são inteligentes, e muito engraçadas, como todos os encontros de Phil com Ned, ou em algumas horas onde ele resolve aproveitar a vida. Isso mostra a competência do roteiro de Harold Ramis e Danny Rubin, que acertaram em cheio em quase todos os elementos. Frases como “Eu adoraria ficar aqui e conversar com você, mas eu não vou.”, pega coisas clichés e transformam elas em clássicas instantaneamente. Isso é o charme desse filme, que qualquer leigo consegue perceber que tem algo a mais. E perceba no filme “O Vidente” com Nicholas Cage, que conquista Jessica Biel, usando a mesma técnica que Bill Murray usa aqui, pois aí já podemos falar que esse filme é um clássico, e inspirou todos esse filmes que envolvem controle do tempo. A transformação do personagem principal entre um sujeito egocêntrico para um homem generoso é de uma profundidade rara nos novos "Rom-Coms".

Veredicto: O verdadeiro significado de Comédia-Romântica, pois é engraçado demais, e possúi um belo romance (pode parecer simples, mas você simplesmente não vê mais hoje em dia). Um roteiro criativo, e inovador. Uma diversão completa.

Nota:5/5

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Crítica: Percy Jackson e o Ladrão de Raios (Percy Jackson and the Olympians: The Lightning Thief, 2010)

Por:Dimitri Yuri

Fui ao cinema com meus amigos para ver este filme. Eu queria assistir "Coração Louco", mas não, eu fui forçado à assistir essa besteira, que é o filme de Chris Columbus baseado no livro de Rick Riordan. Agora, como pode uma pessoa fazer um trabalho ruim como esse, tendo a vasta mitologia grega como base, é algo que a minha mente não consegue calcular (é só tomar como exemplo o recente “Fúria de Titãs”, em que as referências mitológicas são o quê salvam o filme). O diretor fez algo difícil, difícil de assistir!

Percy Jackson leva uma vida normal, até que descobre não só que é o filho de Poseidon (Kevin McKidd), mas que está sendo acusado por Zeus (Sean Bean) de roubar seu raio. Após passar por um treinamento no acampamento dos semi-deuses, ele, um sátiro e a filha de Atena, partem em uma busca para descobrir quem roubou o “Raio de Zeus”.


Logo no início, vemos uma sequencia de Zeus conversando com Poseidon, que mais parece uma peça de teatro do que um filme (eles falam epicamente, coisas que uma criança falaria). E então somos apresentados a Percy Jackson que misteriosamente pode ficar sete minutos debaixo d'água, e tem dislexia. Vamos pular para sequencia em que ele finalmente descobre que há algo errado com ele, quando a sua professora se transforma em uma coisa alada gigante, feita com um péssimo CGI e descobrimos que ele é filho de Poseidon, que seu melhor amigo é um sátiro que está lá para protegê-lo, e ele esconde as pernas de cabra com calça jeans, sapatos e uma muleta (Pelo amor de Deus!). E que Zeus o está acusando de ter roubado seu raio.

Então ele vai para este campo, onde só há Semi-deuses e treinam para ser grandes guerreiros, e vemos aquelas longas cenas de treinamento com espada, em que você nunca sabe se é só um treino, porque se é só pra ser uma "brincadeira", os movimentos pareciam muito rápidos e reais. Isso não é muito perigoso? Porque essa técnica grega antiga me parece um pouco estúpida, pois você pode matar futuros grandes guerreiros antes da primeira semana de treinamento acabar. Então por aí (primeira meia-hora de filme) já podemos ver que o roteiro é repleto de falhas.

Uma Thurman interpretando Medusa é pra dar risada, sinceramente. Ora, ela parece mais uma prostituta de luxo do que uma criatura mitológica. E essa visão de Columbus de ver essa suposta besta, com casaco do couro, e um óculos Ray-Ban não colou bem no filme. A atuação também não é boa, apesar de Logan Lerman ser bom como Percy. Pierce Brosnan está muito estranho em seu papel, que parece ter sido escrito para outra pessoa (Liam Neeson se encaixaria bem). Jake Abel é horroroso, parece que nem passou por uma escola de atuação, e nunca parece real. O resto "não fede nem cheira"...

Outra coisa ruim, No final, vemos que a mãe de Percy foi, durante todo esse tempo, casada com um idiota, porque o seu cheiro de cerveja ajudava à repelir o cheiro de sangue semi-deus de Percy, e os deuses não iriam encontrá-lo (Será que eles realmente queriam que eu caísse nesta?). Muito poderosos esses deuses, que não conseguem sentir o cheiro do próprio filho pois está disfarçado por um homem fedido à álcool (Joe Pantoliano).

Veredicto: Chris Columbus fez a façanha de destruir um filme que tem a mitologia grega em sua base, que vergonha! Esse filme só merece 1 estrela porque tem "Highway to Hell" na trilha sonora.

Nota:1/5

Crítica: Perdidos na Noite (Midnight Cowboy, 1969)

Por:Dimitri Yuri

"Perdidos na Moite" é um filme que não é todo bom, mesmo assim, quando acaba você sente que ele realmente tocou você (algo que exigi bastante técnica), porque o filme tem um início e final muito bons, o problema é que parece que não se importam muito sobre o seu meio (Que fica muito cansativo e longo). Mas quando você dá uma analisada geral, você vê que muitas de suas cenas te marcaram, e as atuações foram excelentes.

Joe Buck é um vaqueiro caipira do interior, que decide ir para a cidade grande para se prostituir, na esperança de ganhar rios de dinheiro, mas ao chegar lá e tentar (fracassadamente) conseguir um emprego, descobre que a vida na metrópole é muito mais difícil. É aí que ele conhece Ratso, um caloteiro que também vive precariamente, após um primeiro desentendimento, eles começam a ficar amigos, e se ajudar na situação difícil que se encontram, essa amizade improvável vai crescendo conforme sua situação vai piorando.


Embora o desempenho Voight às vezes pode parecer um pouco idiota demais, é carismático, e sim, muito bom. Mas o que realmente sobressai é performance de Hoffman, que faz seu personagem muito interessante, as vezes durão e às vezes muito emocional (olhe para a cena do cemitério, por exemplo), e você nunca sabe se ele realmente gosta do bobo Cowboy, ou se ele está tentando usá-lo para ganhar o seu "mony". Mas fica até injusto comparar as duas atuações pois Hoffman tem muito mais talento que Voight (Só olhar a filmografia dos dois, e fazer uma comparação de quantos grandes papeis eles já fizeram) , apesar do último fazer um excelente trabalho. Esse dois dominam a tela quase o filme inteiro.

Houve algumas cenas no filme que eu realmente achei chatas, como a cena de sexo selvagem entre Cass e Buck (usada para retratar até aonde ele iria pelo dinheiro, algo que já tinha sido feito em uma outra cena no cinema), ou a da festa maluca em que eles entram (Que é muito longa e não mostra nada muito importante, além de dar um pouco de dor de cabeça), mas também há cenas muito fortes, como aquela com Buck e do adolescente gay, que mostra o quão desesperado Buck está para ganhar dinheiro, e você verá o quanto ele está desconfortável por fazer isso. Essas imagens precárias e desesperadas são realmente raras no cinema mundial, sem falar que essa visão pessimista da sociedade é muito admirada por críticos e etc (que, apesar de não ser verdade, tem um certo charme de assistir).

Algumas cenas realmente te incomodam, como as cenas da cozinha com as panelas sujas, porque você vê o quão decadente aquelas pessoas vivem, e às vezes você se sente uma pena profunda por tudo aquilo. A última (e mais impactante cena) realmente toca você, a imagem dos dois amigos, depois de ter passado por tanta coisa, abraçados no ônibus, e assim mostrando como era verdadeira toda aquela amizade, é certamente uma das mais tocantes que você já viu. E quando um filme tem um efeito desse em você, ruim ele não foi.

Veredicto: As vezes ele pode parecer cansativo, e muito perturbador, mas suas fortes imagens são uma coisa única no cinema, e a AFI não o colocou na lista dos 100 melhores de todos os tempos a toa. Sem falar das suas atuações fascinantes, portanto vale muito a pena de assisti-lo.

Nota:4/5

Crítica: Avatar (2009)

Por:Dimitri Yuri

Eu fui ver esse filme com a esperança dele ser o melhor filme de ficção científica já feito. Acabou que ele é tão repleto de falhas, que o visual excelente não compensa, fazendo um longa que eu acho um insulto ter sido indicado ao Oscar. E suas políticas ambientalistas e anti-guerra possuem argumentos tão ridículos, que a única coisa que sobra são quinhentos milhões de reais (250 milhões de dólares) gastos em efeitos visuais.

Jake Sully (Worthington) é um ex-fuzileiro paraplégico, que após a morte de seu irmão, é convidado para fazer parte do programa de Avatares no planeta Pandora, que consiste em controlar um outro soldado (Azul e com quatro metros de altura) por um meio telepático. Esse soldados são misturados com o DNA dos Na'Vi, que são a população do planeta Pandora, e eles são usados para buscar contato pacífico com os nativos de planeta. Os militares buscam nesse planeta, um tipo de mineral chamado Unobtânio (não, eu não estou brincando), o problema é que o maior depósito do mineral está logo embaixo da enorme árvore, que os Na'Vi tem como casa.


As pessoas estão dizendo que mesmo com um roteiro medíocre e tão cheio de clichês (às vezes eu descobri qual seria a próxima fala, deprimente), é uma maravilha visual e uma revolução para o cinema, bom, se essa é a revolução, eu não quero ver mais filmes novos. De 1900 à 1950, alguns dos melhores filmes da história foram feitos, e quase nenhum deles tinham efeitos visuais. Aí muita gente (até quem idolatra o filme) concordam que o roteiro é muito fraco e que a atuação também é ruim (Com a exceção de Stephen Lang). Ora, mas aí não sobra mais nada, não é motivo para indicar o filme ao Oscar ou para dizer que é o melhor filme do ano. E apesar do início ser promissor (o discurso preparatório de Quaritch é muito bom) , ele desanda depois da primeira meia-hora.

Quase nenhum personagem "colou". Tinha o Coronel Malvado (Que misteriosamente era a figura mais sensata do filme), o empresário "ganancioso", a médica que quer proteger os animais e as suas culturas (parece mais um conto de fadas. Eles gastaram 250 milhões de dólares fazendo um filme, e no final eles dizem: "Proteja o Verde!!", "O meu mundo não é verde! O homem destruiu!". Você não acha que meio controverso, e até hipócrita?. Aqueles aliens, como dito logo no início do filme, atacam qualquer coisa que passa na frente deles (O fato do nosso protagonista não ter sido morto foi um milagre de “Eywa”), e eles querem protegê-los. Bom, então eles são mais suicidas do que ambientalistas.

Agora vamos falar sobre os efeitos especiais, claro que eles são excelentes, o CGI é perfeito. Pena que é tudo em 3D, que, o que acaba distorcendo algumas cena, acaba com a profundidade de campo e dá dor de cabeça à alguns. Mas os furinhos de roteiro e falas muito melodramáticas ("I see you!"). Ainda houve um momento no filme que eu realmente ri, foi a luta entre o Avatar Jake e robô gigante de Quaritch, quero dizer, ele é um robô gigante cheio de armas e todas aquelas coisas, e ele carrega uma faca gigante... Deve ser para preparar um pão com manteiga gigante quando o robô estiver com fome.

Aí chegam os críticos e dizem que foi muito bom porque ele pegou o “Dança com Lobos”, e colocou no planeta Pandora. Mas isso não é vantagem nem mérito nenhum, meu caro! Ele imita a história de um outro filme (Que já não é lá essas coisas), com um pouco mais de coisas explodindo, e o pessoal aclama. Ora, se vai imitar a história de um filme, pegue um filme realmente bom, como “O Poderoso Chefão” (Imagine Don Corleone azul e com força sobre-humana, eu pagaria pra ver esse filme.).

Veredicto: Acabo de provar que esse filme é medíocre, pois se concordamos que não tem um roteiro bom, atuações dignas, e o visual não compensa, sobra o quê?

Nota:2/5

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Crítica: Um Sonho de Liberdade (The Shawshank Redemption, 1994)

Por: Dimitri Yuri

Pequenas falhas não fazem este magnífico filme deixar de ser excelente. Pois quando ele acaba você tem aquela sensação de felicidade e emoção, como você também tem em filmes como “A Vida é Bela”(Mesmo o final sendo um pouco triste), e Beleza Americana (O filme em sí não é maravilhoso, mas seus minutos finais o tornam inesquecíveis). E não é bom ser comovido por um filme desta maneira?

Andy Dufresne (Tim Robbins) é um banqueiro de sucesso, mas quando numa noite, encontra sua mulher morta ao lado do amante, é sentenciado injustamente para prisão perpétua, sendo acusado dos assassinatos. Na cadeia, começa a fazer amizades com os prisioneiros, principalmente com Red (Morgan Freeman), e logo se tornam grandes companheiros. Mas o corrupto diretor da prisão obriga Andy a fazer um esquema ilegal de lavagem de dinheiro, que se Andy recusar, sua estadia na prisão será muito mais difícil.

Em sua primeiras e elegantes cenas, vemos Andy Dufresne encontrar a esposa e seu amante mortos, e depois Andy sendo falsamente acusado de assassinato e condenado à prisão. Estas primeiras cenas, embora boas, não são muito importantes para o filme, porque o filme não gira em torno das falsas acusações contra Andy (Nós sabemos disso desde o início), e sim sobre o que ele aprende e ensina dentro da prisão, e sua amizade com Red. E apesar de parecer que não parecer que tem muito a contar, você se surpreenderá, principalmente com o seu incrível final.

Embora o desempenho Robbins não seja excelente, ele dá ao personagem um ar de tristeza (Perfeitamente aceitável para um personagem que foi sentenciado a passar toda a sua vida na cadeia, sem ter feito nada de errado), e é enigmático em quase todas as cenas do filme, pois você não sabe se ele está profundamente irritado por estar lá sem precisar, ou angustiado, pois não consegue achar um jeito de sair. O problema é que as vezes suas expressões podem ficar cansativas e repetidas. Diferente de Freeman (Cativante como sempre), que muda seu estado emocional muito mais que Dufresne (Eles realmente tinha que pegar o ator mais carismático possivel).

Apesar do fato de que este filme não é muito original, e quando eu digo isso, eu estou me lembrando que teve uma série de elementos de "Fuga de Alcatraz" de Don Siegel (Pode até ser coincidência, mas você não acha que corvo de Brooks é muito semelhante do rato de “Fuga de Alcatraz”?), mas mesmo assim ele disfarça um pouco, porque ele te deixa muito preso em sua intrigante história. Não houve um único momento em todo o filme que eu achei chato, ou que eu passo quando estou re-assistindo, e esse filme é relativamente longo. Ele pega as fórmulas que já tiveram sucesso antes trabalha bem elas, o resultado é uma coisa relativamente inovador.

Apesar da clara idéia anti-cristã presente em quase todas as obras de Stephen King (eu digo isso pois o vilão cita a bíblia de meia em meia hora). Ela até acrescenta um pouco sobre o filme, porque a má interpretação das religiões (ideias diluidas muito comuns hoje em dia). É uma pena que ele não descuta com mais profundidade o que é realmente importante nesse assunto (mas também a chance deles falarem mais besteiras, e piorarem o filme era grande).

Veredicto: Com uma comovente história poderosa, personagens carismáticos (Especialmente Freeman), este filme é um excelente estudo de grande agonia, amizade, e ainda é uma linda história.

Nota: 5/5

Crítica: Doze Homens e uma Sentença (12 Angry Men,1957)

Por:Dimitri Yuri

Como pode uma pessoa fazer um filme que é todo filmado em um único cômodo e nunca fica chato? Bem, pergunte para Sidney Lumet. Esse diretor, já demonstrando maturidade em seu primeiro filme, fez um clássico, um dos filmes mais aclamados de todos os tempos, com um quartinho, doze atores e um roteiro formidável.

O filme todo se passa em um único cômodo (não tem como revisar esse filme sem martelar nesse aspecto), uma sala de júri, onde eles tentam chegar a uma decisão. Mas enquanto todos os jurados estão convictos de que o réu é culpado, o jurado de número 8 (Henry Fonda) diz que ele ainda não está certo de sua decisão e acha que está errado decidir a vida de um homem sem ao menos haver uma discussão, isso provoca a maioria dos outros jurados, e enquanto todos eles tentam convencê-lo de que o acusado realmente cometeu o crime, eles mesmo começam a perceber que há espaço para uma dúvida razoável (O que faria com que a sentença certa fosse Inocente).


Em uma de suas primeiras cenas, onde haviam onze jurados votando culpado, e apenas um dizendo o contrário, eu pensei: "É impossível, não há nenhuma maneira que em apenas uma sala, um único homem consiga convencer os onze jurados que há uma dúvida razoável para não sentenciar o homem”, mas felizmente não é, você vai ver. E este é o elemento mais importante deste filme, caso contrário, todo mundo ia estar pensando: "Que idéia estúpida essa, de fazer um filme todo em um só cômodo, é um muito chato ", mas o roteiro é tão bem trabalhado que você não consegue desgrudar da tela. Sua divisão de atos foi muito bem adaptada para o formato do filme, com clímaxes ao final de cada ato e pausas, do jeito que tem que ser.

Não é justo tirar o méritos de suas atuações (Mesmo sabendo que o enredo é o mais importante no filme), que com a ajuda do excelente diálogo, construíram doze diferentes personagens sem nenhum deles ser uni-dimensional, e que representam diferentes tipos de pessoas na sociedade, há o ranzinza, tem aquele que só se preocupa em conseguir assistir ao jogo de futebol, o velho sábio e muito mais (um detalhe é que eles fazem isso sem os personagens serem clichés). Se eu for falar de todo seu elenco, vou gastar muito tempo, e vai ficar cansativo de ler, então só vou dizer que Henry Fonda e Lee J. Cobb (Os príncipais) merecem destaque, e vocês verão porque.

Este filme é o melhor exemplo de que cenas de ação e efeitos visuais não estão nem perto der ser o elemento mais importante de grandes filmes (é claro que existem exceções). Pois você termina o filme sentindo que foi uma experiência completa, e nele não há nem sequer uma mudança de sala, os ângulos de câmera são muito simples, e fluem perfeitamente. Algumas coisas não se aplicariam numa sala de juri (como apresentar nova evidência), mas você está tão preso na história, que isso não prejudica a experiência.

Veredicto: Você pode assistir a este filme uma dúzia de vezes, e você não vai encontrar uma dúvida razoável para não vê-lo de novo. Está em um nível superior de cinema e técnica narrativa, esse filme é necessário.

Nota:5/5

Dicas de filmes

Aqui estão alguns filmes que todo cinéfilo tem a obrigação de ver. Eu já vi todos, e a maioria vi mais de uma vez, e aprendo mais sobre cinema a cada vez que os vejo:

O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972)
Os Bons Companheiros (The Goodfellas, 1990)
Pulp Fiction (1994)
Doze Homens e Uma Sentença (12 Angry Men, 1957)
Fuga à Meia-Noite (Midnight Run, 1988)
Taxi Driver (1976)
A Outra História Americana (American History X, 1998)
Beleza Americana (American Beauty, 1999)
Cassino (Casino, 1995)
Amnésia (Memento, 2000)
O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs, 1991)
Um Sonho de Liberdade (The Shawshank Redemption, 1994)
Casablanca (1950)
Cidadão Kane (Citizen Kane, 1941)
A Janela Indiscreta (Rear Window, 1954)
Psicose (Psycho, 1960)
Touro Indomável (Raging Bull, 1980)
Apertem os Cintos o Piloto Sumiu (Airplane!, 1980)
Golpe de Mestre (The Sting, 1973)
Onde os Fracos Não Tem Vez (No Country for Old Man, 2007)
Toy Story (1995)

Por enquanto são esses que eu tenho em mente, se aparecer mais algum eu faço mais um post. Mas podem confiar que todos esse são bons, e se você ver essa lista toda você já adquire um bom conhecimento sobre cinema. Depois eu passo pros mais clássicos.

Crítica: Fúria de Titãns (Clash of the Titans, 2010)

Por:Dimitri Yuri

Esta é uma análise bem difícil de escrever, porque você não tem muito o que falar. Não houve um monte de coisas ruins nele, e os bons momentos também foram escassos. Mas só de ver todos esses personagens mitológicos, juntos em um filme, e por causa da cinematografia incrível, você percebe que vale a pena pagar para ver o filme.

Perseu (Sam Worthington), filho de Zeus (Liam Neeson), mas criado por um pescador que foi morto por Hades (Ralph Fiennes), tentar vingar a morte de seu pai. Mas quando é salvo pelo exército de Argos, e Hades anúncia que se eles não sacrificarem a princesa, ele soltará o temido Kraken, Perseu se une a um grupo de bravos soldados, para conseguir a arma necessária para derrotar o enorme monstro. Mas os deuses colocaram alguns obstáculos no caminho, e a situação dos soldados se complica.


O trabalho de Louis Leterrier não se destaca nesse filme, ele escolhe alguns momentos errados para usar o CGI (como o rosto da Medusa, que poderia ter um resultado bem melhor com uma boa maquiagem), mas ele também tem seus bons momentos (todas as aparições de Hades). O que realmente se destaca neste longa é a cinematografia por Peter Menzies Jr. (que já tinha trabalhado com Leterrier no mediano "O Incrível Hulk"). Todos os cenários são incrivelmente bonitos, grandiosos, e ele realmente nos dá a sensação da Grécia antiga, o trabalho deste homem é o que faz seu dinheiro bem gasto.

Agora vamos falar sobre a parte ruim, o roteiro. Primeiro de tudo, eu já não esperava muito de um roteiro Travis Beachman ("Dog Days of Summer"), Phil Hay e Matt Manfredi (Aeon Flux). Todas as linhas tentam ser épicas, e no final não houve nem uma que merecesse destaque. Eles derrotaram escorpiões gigantes, a Medusa, e mais uma dúzia de monstros mitológicos, sem ao menos parecer que foi uma tarefa difícil. Tudo aconteceu muito rápido. E nenhum alivio cômico funcionou. Em um filme que não é nem um pouco obscuro, esta é uma falha grande.

A atuação não é ruim, mas não é boa também, cada personagem é... o correto a dizer é "Nhaaaa" (Com a excepção de Hades), Liam Neeson, que é sem dúvida um excelente ator, não se sobressaiu muito neste, Worthington faz aquilo que ele sempre faz, e parece que ele nunca vai conseguir inovar seus personagens, não é tão carismático (O quê era necessário para esse papel), e as vezes fala coisas banais, com um aspecto de grande descoberta. Gemma Arterton só está por sua beleza (o que é totalmente explicável), mas o seu personagem "sem sal" nem deixa ela aproveitar muito o que tem.

Veredicto: Não é um filme ruim, sua excelente cinematografia faz valer a pena assistir, mas as atuações fraquinhas, e o roteiro mal feito, fazem com que não seja memorável.

Nota:3/5